Texto por Guilmer Silva
Poucas bandas na história do rock e do heavy metal são tão icônicas e influentes quanto o Judas Priest Considerados por muitos como os verdadeiros “deuses do metal”, o Judas Priest ajudou a moldar o gênero, definindo seu visual, sua atitude e, claro, seu som. De bandas como Iron Maiden a Metallica, Slayer a Pantera, a influência do Judas Priest é inegável. Com uma carreira que atravessa décadas, a banda passou por altos e baixos, mudanças de formação, experimentações sonoras e um glorioso renascimento. Vamos mergulhar na história dessa lendária formação britânica, desde seus primórdios nos anos 70 até os dias atuais.
A oitava edição do Monsters of Rock será realizada em 19 de abril de 2025, em São Paulo. Os co-headliners Scorpions, Judas Priest se juntam a Europe, Savatage, Queensrÿche, Opeth e Stratovarius. Quatro das atrações vão tocar no Monsters pela segunda vez: Scorpions, Judas Priest, Queensrÿche e Savatage, que retorna aos palcos após hiato de uma década.
E para alegria dos fanáticos, Judas Priest e Queensrÿche farão se apresentam no dia 20 de abril (domingo) no Vibra São Paulo.
O INÍCIO: OS PRIMEIROS PASSOS E A DEFINIÇÃO DO SOM – ROCKA ROLLA E SAD WINGS OF DESTINY

Tudo começou em 1969, em Birmingham, Inglaterra, berço do heavy metal. A formação original do Judas Priest contava com Rob Halford (vocais), K.K. Downing (guitarra), Ian Hill (baixo) e John Hinch (bateria). O primeiro álbum, Rocka Rolla (1974), foi um começo modesto. Com um som mais próximo do hard rock clássico, o disco não alcançou grande sucesso comercial, mas já mostrava o potencial da banda. Apesar de não ser considerado um marco em sua discografia, Rocka Rolla apresentava elementos que mais tarde seriam refinados, como a dualidade de guitarras e a versatilidade vocal de Halford.
Curiosidade: O nome “Judas Priest” foi inspirado na música “The Ballad of Frankie Lee and Judas Priest”, de Bob Dylan. A banda quase se chamou “Mongoose”, mas felizmente mudaram de ideia! Outra curiosidade é que a capa de Rocka Rolla, com sua garrafa de refrigerante estilizada, foi alvo de críticas por parecer desconectada do conteúdo musical do álbum.
Foi com o segundo álbum, Sad Wings of Destiny (1976), que o Judas Priest começou a ganhar destaque. Lançado pela Gull Records, o álbum trouxe clássicos como “Victim of Changes” e “The Ripper”, consolidando o estilo único da banda: vocais poderosos, riffs pesados e solos de guitarra incendiários. Este foi o pontapé inicial para o que viria a ser o auge da banda.
Sad Wings of Destiny marcou a transição do Judas Priest para um som mais agressivo e técnico, estabelecendo as bases do que seria conhecido como heavy metal moderno. A faixa “Victim of Changes”, por exemplo, é um marco na história do gênero, combinando passagens melódicas com explosões de energia crua. Já “The Ripper” destacou a capacidade de Halford de alternar entre vocais suaves e gritos poderosos, algo que se tornaria uma das marcas registradas da banda.
Além disso, o álbum apresentou uma dualidade temática, explorando tanto questões pessoais quanto narrativas fictícias, muitas vezes sombrias e introspectivas. Essa complexidade lírica e musical ajudou a diferenciar o Judas Priest de outras bandas da época, consolidando-os como pioneiros do heavy metal.
Apesar das limitações financeiras e da produção independente, Sad Wings of Destiny chamou a atenção de fãs e críticos, abrindo portas para um contrato com uma grande gravadora. Este álbum não apenas definiu o som do Judas Priest, mas também influenciou uma geração de bandas que viriam a seguir. Foi o início de uma jornada que colocaria a banda no hall dos grandes nomes do rock e do metal mundial.
O AUGE: DEFINIÇÃO DO METAL E OS ANOS DE OURO – SIN AFTER SIN, HELL BENT FOR LEATHER E BRITISH STEEL

Com a assinatura com a Columbia Records, o Judas Priest entrou em uma fase de ouro que não apenas solidificou sua carreira, mas também moldou o futuro do heavy metal. O álbum Sin After Sin (1977), produzido por Roger Glover, baixista do Deep Purple, marcou a transição para um som mais pesado e agressivo, com destaque para a faixa “Dissident Aggressor”, que se tornou um marco pela sua intensidade e complexidade. A introdução de elementos como o double bass drumming, tocado por Simon Phillips, mostrou que a banda estava disposta a explorar novos territórios sonoros. Esse álbum foi crucial para definir o que viria a ser o heavy metal moderno, com sua combinação de riffs poderosos, vocais melódicos e letras que abordavam temas sombrios e introspectivos.
Em 1978, veio Stained Class um álbum aclamado pela crítica e pelos fãs, que elevou o Judas Priest a um novo patamar. Com músicas como “Exciter” e “Beyond the Realms of Death”, o disco trouxe uma abordagem mais técnica e progressiva, sem perder a agressividade característica da banda. “Beyond the Realms of Death”, em particular, é considerada uma das maiores baladas do metal, com sua estrutura emocionalmente carregada e solos memoráveis. Esse álbum também foi pioneiro em explorar temas filosóficos e existenciais, algo que se tornaria comum no metal nas décadas seguintes.
No ano seguinte, Hell Bent for Leather (também conhecido como Killing Machine fora dos EUA) trouxe não apenas uma evolução musical, mas também um visual mais agressivo, com couro e spikes, que se tornaria uma marca registrada da banda. Esse visual foi inspirado na cultura BDSM e no estilo das subculturas underground, e Rob Halford, o vocalista, foi o grande responsável por trazer essa estética para o mundo do metal. Curiosamente, Halford, que é gay, incorporou elementos da cultura LGBTQ+ em sua persona e no visual da banda, embora só tenha se assumido publicamente na década de 1990. Esse álbum também trouxe clássicos como “Hell Bent for Leather” e uma versão energética de “The Green Manalishi (With the Two-Pronged Crown)“, originalmente do Fleetwood Mac, que se tornou um dos hinos ao vivo da banda.
Mas foi com British Steel (1980) que o Judas Priest alcançou o sucesso mainstream e consolidou seu lugar no panteão do heavy metal. Gravado em um ambiente descontraído na casa dos pais do baterista Dave Holland, o álbum trouxe uma abordagem mais direta e acessível, sem abrir mão da potência e da atitude que definiam a banda. Hits como “Breaking the Law”, “Living After Midnight” e “Metal Gods” se tornaram hinos do gênero, tocados em rádios e arenas ao redor do mundo. “Breaking the Law”, com seu riff icônico e letra cativante, se tornou um símbolo de rebeldia para uma geração, enquanto “Metal Gods” explorou temas distópicos e futuristas, algo que se tornaria recorrente no trabalho da banda.
British Steel é considerado um dos pilares do heavy metal, não apenas por seu impacto comercial, mas também por sua influência duradoura. O álbum consolidou o Judas Priest como uma das maiores bandas do mundo e ajudou a definir o som e a estética do metal nos anos 1980. A combinação de riffs poderosos, vocais marcantes e uma produção impecável fez com que o disco fosse aclamado tanto por fãs quanto pela crítica.
Essa fase de ouro do Judas Priest não apenas estabeleceu a banda como ícones do metal, mas também ajudou a pavimentar o caminho para o gênero se tornar um fenômeno global. A influência desses álbuns pode ser sentida até hoje, em bandas que continuam a levar adiante o legado do heavy metal.
O APOGEU: OS ANOS 80 E A DOMINAÇÃO DO METAL – SCREAMING FOR VENGEANCE E DEFENDERS OF THE FAITH

Os anos 80 foram a era de ouro do Judas Priest, consolidando-os como uma das bandas mais importantes e influentes do heavy metal. Em 1982, o álbum Screaming for Vengeance elevou a banda a um patamar ainda maior, marcando um momento decisivo em sua carreira. Com o hit “You’ve Got Another Thing Comin'”, o disco não só alcançou o status de platina, mas também se tornou um hino do metal, tocado incessantemente nas rádios e em arenas ao redor do mundo. A faixa-título, “Screaming for Vengeance”, e“Electric Eye” também se destacaram, mostrando a capacidade da banda de combinar agressividade com melodias cativantes. O sucesso do álbum levou o Judas Priest a turnês mundiais, solidificando sua base de fãs e ampliando sua influência global.
Dois anos depois, em 1984, veio Defenders of the Faith, outro clássico absoluto que reforçou a reputação da banda como uma das mais pesadas e inovadoras do metal. Com músicas como “Freewheel Burning”, uma explosão de velocidade e energia, e “The Sentinel”, uma obra-prima épica que combina narrativa poderosa com riffs memoráveis, o álbum foi aclamado pela crítica e pelos fãs. Defenders of the Faith também trouxe faixas como “Love Bites” e “Some Heads Are Gonna Roll”, que se tornaram pilares do setlist da banda. Nessa época, o Judas Priest era sinônimo de heavy metal, não apenas pela música, mas também pelo visual icônico de couro, spikes e correntes, que se tornou uma marca registrada do gênero. Suas performances ao vivo eram lendárias, com Rob Halford entrando no palco em motocicletas e usando trajes que personificavam a essência do metal.
Curiosidade: O Judas Priest foi uma das primeiras bandas a popularizar o “twin guitar attack”, uma técnica que envolve dois guitarristas tocando harmonias complexas e riffs complementares. Glenn Tipton e K.K. Downing elevaram essa abordagem a um nível artístico, influenciando bandas como Iron Maiden, Metallica e Slayer. Essa técnica se tornou um dos pilares do som do metal moderno, e o Judas Priest foi fundamental em sua disseminação.
Além disso, os anos 80 foram marcados pela capacidade do Judas Priest de se reinventar, mantendo-se relevantes em um cenário musical em constante mudança. Eles não apenas dominaram o heavy metal tradicional, mas também experimentaram com elementos de hard rock e até mesmo de música eletrônica, como visto em álbuns posteriores. No entanto, foi com Screaming for Vengeance e Defenders of the Faith que o Judas Priest atingiu seu auge criativo e comercial, deixando um legado que continua a inspirar novas gerações de músicos e fãs de metal.
A QUEDA: EXPERIMENTAÇÕES E CRISES – TURBO, RAM IT DOWN E PAINKILLER

Nem tudo foram flores. Em 1986, o álbum Turbo trouxe uma guinada mais comercial, com o uso de sintetizadores e uma abordagem que buscava se aproximar das tendências da época. Faixas como “Turbo Lover” e “Locked In” refletiam essa nova direção, com um som mais polido e acessível. Apesar de ter seus méritos e conquistar novos fãs, o disco dividiu a base tradicional da banda, que via naquela mudança um distanciamento das raízes pesadas e agressivas que consagraram o Judas Priest. A crítica também foi polarizada, com alguns elogiando a ousadia e outros questionando a autenticidade do trabalho.
Dois anos depois, em 1988, o Judas Priest lançou Ram It Down , um álbum que tentou retomar o peso e a agressividade característicos da banda, mas ainda sofria com uma identidade confusa. Embora apresentasse faixas poderosas como a título “Ram It Down” e “Hard as Iron”, o disco ainda carregava resquícios da era Turbo , com sintetizadores e uma produção que não agradou a todos. A falta de coesão e a sensação de que a banda estava em um período de transição deixaram muitos fãs ansiosos por uma mudança definitiva.
A virada veio em 1990, com o icônico Painkiller. Considerado por muitos como um dos melhores álbuns de metal de todos os tempos, o disco marcou o retorno triunfal do Judas Priest à sua essência: riffs pesados, solos virtuosos e vocais poderosos. A entrada do baterista Scott Travis, com sua técnica precisa e agressiva, foi um dos fatores que elevaram o som da banda a um novo patamar. A faixa-título, “Painkiller”, é um marco do gênero, com sua bateria frenética, solos alucinantes e a performance visceral de Rob Halford. Outras faixas como “Hell Patrol”, “Leather Rebel” e “Night Crawler” consolidaram o álbum como uma obra-prima do metal.
Curiosidade: O álbum Painkiller foi gravado após um período turbulento na história da banda. Em 1990, o Judas Priest foi envolvido em um processo judicial polêmico, no qual foi acusado de incitar o suicídio de dois jovens com supostas mensagens subliminares em suas letras. O caso, que ganhou grande repercussão na mídia, colocou a banda sob os holofotes por razões sombrias. Após um longo julgamento, o Judas Priest foi inocentado, mas o episódio deixou marcas profundas, tanto na banda quanto na indústria musical, levantando debates sobre censura e responsabilidade artística.
O lançamento de Painkiller não apenas reafirmou o lugar do Judas Priest no panteão do metal, mas também serviu como uma resposta contundente aos desafios enfrentados. O álbum provou que a banda ainda tinha muito a oferecer, reacendendo a chama do heavy metal em uma época em que o gênero enfrentava mudanças significativas no cenário musical. Para muitos fãs e críticos, Painkiller é o ápice da carreira do Judas Priest, um testemunho de sua resiliência e capacidade de reinventar-se sem perder sua essência.
A SAÍDA DE ROB HALFORD E OS ANOS SOMBRIOS – JUGULATOR E DEMOLITION

A saída de Rob Halford em 1992 marcou um dos momentos mais desafiadores da história do Judas Priest. Halford, cuja voz icônica e presença de palco eram pilares fundamentais do som e da identidade da banda, deixou um vazio que parecia impossível de preencher. Sua decisão de seguir carreira solo, embora compreensível artisticamente, colocou o Judas Priest em uma encruzilhada. A banda, no entanto, decidiu continuar e encontrou em Tim “Ripper” Owens, um fã dedicado e vocalista de uma banda cover do Judas Priest, o substituto para Halford.
Owens trouxe consigo uma voz poderosa e um estilo vocal distinto, mas enfrentou o desafio de ser comparado constantemente ao lendário Halford. Com ele, o Judas Priest lançou Jugulator em 1997, um álbum que marcou uma mudança significativa no som da banda, incorporando elementos mais pesados e modernos, influenciados pelo metal industrial e groove metal da época. Apesar de receber críticas mistas, o álbum mostrou a capacidade da banda de se reinventar, ainda que sem alcançar o mesmo impacto comercial de trabalhos anteriores.
Em 2001, veio Demolition, outro álbum que continuou a explorar sonoridades mais contemporâneas, mas novamente sem conquistar o público em massa. Esses dois álbuns, embora tenham méritos artísticos e demonstrem a versatilidade do Judas Priest, são frequentemente vistos como os “anos sombrios” da banda, um período de experimentação e incertezas. A ausência de Halford era sentida não apenas pelos fãs, mas também pela crítica, que via naquela fase uma banda tentando encontrar seu lugar em um cenário musical em constante mudança.
Curiosamente, a trajetória de Tim “Ripper” Owens inspirou o filme Rock Star (2001), estrelado por Mark Wahlberg. O filme conta a história de um vocalista de uma banda cover que é recrutado para substituir o cantor original de uma grande banda de rock. No entanto, o Judas Priest não ficou satisfeito com a forma como foram retratados no filme, especialmente pela maneira estereotipada e superficial como o mundo do heavy metal foi apresentado. A banda distanciou-se publicamente do projeto, deixando claro que a história de Owens era única e que o filme não representava sua realidade.
Esse período, embora turbulento, foi crucial para a história do Judas Priest. Ele mostrou a resiliência da banda e sua capacidade de se adaptar, mesmo diante de adversidades. A volta de Rob Halford em 2003, no entanto, marcaria o renascimento do Judas Priest, devolvendo ao grupo o brilho e a energia que os fãs tanto esperavam. Os anos com Owens, embora menos celebrados, permanecem como um capítulo importante na trajetória de uma das maiores bandas de heavy metal de todos os tempos.
O RENASCIMENTO: A VOLTA DE HALFORD E O RETORNO À GLÓRIA – ANGEL OF RETRIBUTION E FIREPOWER

A história do Judas Priest é marcada por altos e baixos, mas o retorno de Rob Halford em 2003 foi um momento decisivo que redefiniu o futuro da banda. Após uma década afastado, Halford trouxe de volta não apenas sua voz icônica, mas também a essência que faltava ao Judas Priest durante os anos em que esteve fora. O álbum Angel of Retribution (2005) foi a prova de que a banda ainda tinha fôlego para criar música pesada e cativante, com faixas como “Judas Rising” e “Revolution” relembrando o auge da era clássica do metal. O disco foi uma declaração de intenções: o Judas Priest estava de volta e pronto para reconquistar seu lugar no panteão do heavy metal.
No entanto, nem tudo foi convencional nessa fase. Em 2008, a banda surpreendeu fãs e críticos com Nostradamus, um álbum conceitual duplo que explorava a vida e as profecias do famoso vidente francês. Embora ambicioso e tecnicamente impressionante, o álbum dividiu opiniões. Alguns viram nele uma obra-prima progressiva, enquanto outros acharam que a banda havia se afastado demais de suas raízes diretas e agressivas. Apesar das controvérsias, Nostradamus mostrou que o Judas Priest ainda estava disposto a correr riscos e experimentar novos caminhos.
Mas foi em 2018 que o verdadeiro renascimento aconteceu. Com Firepower, o Judas Priest não apenas revisitou seu som clássico, mas também o modernizou com uma produção impecável. Produzido por Tom Allom, lendário produtor da era de ouro da banda, e Andy Sneap, conhecido por seu trabalho com bandas modernas de metal, o álbum foi uma fusão perfeita entre o passado e o presente. Faixas como “Lightning Strike”, “Firepower” e “Never the Heroes” trouxeram de volta a energia crua e melódica que consagrou o Judas Priest como uma das maiores bandas de todos os tempos.
O sucesso de Firepower foi avassalador. O álbum não apenas recebeu aclamação da crítica, mas também alcançou um feito impressionante: entrou no Top 5 das paradas dos EUA, algo que não acontecia desde Painkiller, em 1990. Para uma banda com mais de 50 anos de carreira, esse foi um testemunho de sua relevância e capacidade de se reinventar. O disco provou que o Judas Priest não era apenas uma relíquia do passado, mas uma força viva e pulsante no mundo do heavy metal.
Além disso, a turnê de Firepower consolidou o retorno da banda ao topo. Com performances energéticas e um setlist que equilibrava clássicos e novas faixas, o Judas Priest mostrou que ainda podia incendiar palcos ao redor do mundo. A combinação de Halford no auge de sua forma, as guitarras afiadas de Glenn Tipton e Richie Faulkner, e a base sólida de Ian Hill e Scott Travis provou que a química da banda permanecia intocada.
O renascimento do Judas Priest com Angel of Retribution e Firepower não foi apenas um retorno à glória, mas uma reafirmação de seu legado. Em um cenário musical onde bandas clássicas muitas vezes lutam para manter a relevância, o Judas Priest mostrou que, com paixão e dedicação, é possível não apenas sobreviver, mas também brilhar mais uma vez.
A FASE ATUAL: O LEGADO CONTINUA

Hoje, o Judas Priest continua ativo, com Rob Halford nos vocais e uma formação que inclui Richie Faulkner (guitarra) e Andy Sneap (guitarra). Em 2024, a banda lançou o álbum Invincible Shield, que promete manter o legado do metal vivo. O álbum, assim como seu antecessor, recebeu reconhecimento do público e crítica como mais um grande trabalho da banda, que mesmo com mais de cinco décadas de carreira, ainda mostra toda sua energia e disposição em criar novos materiais.
Richie Faulkner, que substituiu K.K. Downing em 2011, trouxe uma nova energia à banda. Sua habilidade técnica e carisma no palco revitalizaram o som do Judas Priest, mantendo-o fresco e poderoso. Em 2021, durante um show nos Estados Unidos, Faulkner sofreu um aneurisma no palco, um incidente que poderia ter sido fatal. No entanto, ele se recuperou milagrosamente e voltou a tocar em poucos meses, um testemunho de sua determinação e paixão pela música. Sua resiliência e talento são um símbolo da força e da perseverança que o Judas Priest representa.
A banda também foi incluída no Rock and Roll Hall of Fame em 2022, um reconhecimento tardio, mas merecido, de sua contribuição para a música. Esse marco histórico celebrou não apenas o impacto do Judas Priest no metal, mas também sua influência em toda a cultura rock. A cerimônia foi marcada por uma performance emocionante da banda, que mostrou ao mundo por que eles são considerados verdadeiros ícones do gênero.
Curiosidade: Em 2023, o Judas Priest anunciou uma turnê de despedida chamada Epitaph World Tour, levantando especulações sobre o fim da banda. No entanto, como muitas lendas do rock, parece que a aposentadoria foi adiada. Eles continuam tocando para multidões ao redor do mundo, provando que o metal nunca morre. A turnê, que já passou por diversos países, tem sido aclamada pela crítica e pelos fãs, com performances que mostram a banda em plena forma, mesmo após décadas de estrada.
Com mais de 50 anos de carreira, o Judas Priest é uma das bandas mais importantes da história do rock. Sua influência é sentida em todas as gerações de metal, desde os pioneiros do gênero até as novas bandas que surgem hoje. Canções como “Breaking the Law“, “Painkiller“ e “Living After Midnight“ se tornaram hinos atemporais, e sua estética de couro e metal ajudou a definir a identidade visual do heavy metal.
O legado do Judas Priest é eterno, e sua música continua a inspirar milhões de fãs ao redor do mundo. Eles não apenas sobreviveram às mudanças do tempo, mas também se reinventaram, mantendo-se relevantes e poderosos. Enquanto Rob Halford, Ian Hill, Scott Travis, Richie Faulkner e Andy Sneap continuarem no palco, o espírito do Judas Priest viverá, provando que o metal é, de fato, invencível.
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A Mercury Concerts anunciou um show do Judas Priest com abertura do Queensryche em São Paulo após o Monsters of Rock, que contará com as duas bandas. A apresentação acontece no domingo, 20 de abril, no Espaço Unimed.
A banda de Rob Halford trará a turnê “Shield of Pain” ao país. O giro segue divulgando o álbum mais recente, “Invincible Shield” (2024), além de celebrar os 30 anos do clássico “Painkiller” (1990).

