No último domingo (16), o público teve o privilégio de assistir a um espetáculo enérgico e emocionante do Glitterer, banda de Ned Russin (Title Fight). O show, realizado na Casa Rockambole, foi uma imersão sonora que viajou do post-hardcore ao power pop, deixando todos com a certeza de que a espera valeu a pena.
Texto por Melissa Buzzatto (@kindafeelike) e Fotos por Raissa Correa (@showww360)
O ano mal começou e a Casa Rockambole já recebeu mais um show estrondoso e que vai ficar marcado na memória. No último domingo (16), depois de uma espera de 10 anos desde sua última visita ao Brasil com o icônico Title Fight, Ned Russin retornou ao país, agora à frente do Glitterer, para uma apresentação única em São Paulo.
O evento foi o primeiro de 2025 para a New Direction Productions, que promete outras atrações explosivas para os próximos meses – alô, Touché Amoré (rs).
O Sonoridade Underground esteve presente e te conta mais sobre como foi a estreia do quarteto no Brasil.
Sobre Glitterer
Originalmente uma ideia solitária de Russin, Glitterer começou em 2017 como um projeto que mesclava o post-hardcore com elementos de rock melódico e até power pop, após a última “pausa” do Title Fight, uma das bandas mais conceituadas de sua geração. Até que, em 2021, Russin decidiu expandir Glitterer para além de sua própria visão e produção, transformando-a em uma banda completa.
Atualmente, o quarteto é formado por Russin no baixo e vocal, Nicole Dao nos teclados, Jonas Farah na bateria e Connor Morin na guitarra. O resultado dessa mistura é um som denso, porém acessível, que capta a essência da cena pós-punk e hardcore de Washington, D.C., ao mesmo tempo que se arrisca em territórios mais experimentais e envolventes.
Abertura potente com nomes nacionais
Nada melhor do que uma boa dose de sofrência e crises existenciais narradas em nossa língua materna, não é mesmo? Entregando isso e muito mais, homeninvisivel e Metade de Mim, nomes já conhecidos na cena, mostraram grande entrega e conexão com o público, encantando pela espontaneidade e pela força de suas apresentações. Os setlists curtos, mas perfeitamente encaixados, foram um excelente pré-show para a atração principal, provando que o Brasil está mais do que preparado para novos nomes da música.
A emoção de um show inesquecível
Ao longo do show, a banda passeou por várias faixas do novo disco, além de revisitar clássicos da fase anterior de Glitterer. A performance foi uma verdadeira avalanche, onde a energia de Russin no palco era quase palpável. Ele se entregou à performance de corpo e alma, e sua presença de palco, incrivelmente enérgica, era quase impossível de seguir com os olhos. E se ele já era intenso no palco, a tecladista Nicole Dao lançava feitiços enquanto tocava, com movimentos hipnotizantes, dialogando diretamente com a energia da banda, enquanto parecia sentir cada nota como se fosse uma extensão de si mesma.
A noite começou para Glitterer com a poderosa “The Same Ordinary”, passando por “Bodies”, “Destiny” e “No One There”, até a explosão em “Fire” e “Hello”. Tivemos também algumas faixas novas.

Cada canção era única, com batidas rápidas e os sintetizadores que criavam atmosferas inebriantes. A experiência não foi cansativa, como muitas vezes acontece com shows desse porte; pelo contrário, foi revigorante.
A cada pausa, Russin agradecia ao público, especialmente à NDP Produções, que fez a turnê acontecer. Ele aproveitou também para elogiar as bandas de abertura, que prepararam o terreno de maneira impecável.

No final, todos saíram com a certeza de que Glitterer no Brasil foi uma conexão intensa entre a banda e os fãs, unidos pela força de uma música que transcende fronteiras e gerações. Com um show assim, não podemos deixar de esperar ansiosos por um próximo retorno da banda ao Brasil. E quem sabe, com mais de um show?
Setlist
Glitterer – Casa Rockambole – 16/02/2025
A galera dos stage dives fez o show acontecer também, o público em si não tem a vibe do desingage, bad seed ou até mesmo Title Fight. Ned falou que quer voltar com o desingage como fez em 2014 em breve