O Lesoir, quinteto progressivo vindo dos Países Baixos, retorna com seu sexto álbum, Push Back The Horizon, demonstrando mais uma vez seu crescimento artístico e sua habilidade de misturar diferentes estilos musicais. Após o bem-sucedido Mosaic e o épico Babel, lançado em 2020, a banda trabalhou com o renomado produtor John Cornfield (Muse, Kashmir) para criar uma obra diversificada, cheia de nuances e profundidade emocional, agora em colaboração com a V2 Records.
O álbum abre com a enigmática faixa-título Push Back The Horizon, que imediatamente chama a atenção pela combinação de riffs inspirados em Tool e harmonias vocais luminosas, resultando em uma canção que mistura melodia e peso de forma envolvente. As passagens instrumentais, como o duelo entre flauta e guitarra, mostram a habilidade do grupo em explorar sonoridades e texturas ricas, proporcionando uma introdução forte e promissora.
Na sequência, temos Under The Stars, uma faixa mais melancólica, porém com um ritmo acelerado, evocando a grandiosidade atmosférica de bandas como Anathema. Já Fireflies, uma instrumental inspirada nos padrões de voo dos vaga-lumes, se destaca pelos riffs ágeis, mas é levemente prejudicada pela produção que impede as guitarras de se sobressaírem com a força desejada.
You Are The World brilha com sua abordagem mais atmosférica e sua construção vocal poderosa, culminando em um dos pontos altos do álbum. No entanto, é com The Drawer Of The Chest In The Corner Is Empty que o Lesoir alcança um de seus momentos mais extraordinários. Incorporando elementos de trip hop, Pink Floyd e influências do indie mais sombrio, a banda cria algo único e emocionante, apenas enfraquecido por um fade-out abrupto que interrompe a fluidez da transição para a próxima faixa.
Aeon, um instrumental que começa suavemente ao estilo de Peter Gabriel, mergulha em territórios mais agressivos e se mantém envolvente durante seus seis minutos. Logo após, Nadi traz uma mudança de tom, com vocais assombrosos e solos lentos, construindo uma atmosfera melancólica e introspectiva.
O momento mais surpreendente do álbum chega com What Do You Want From Me, uma faixa curta e intensa que mistura Tool com Skunk Anansie, entregando a canção mais pesada do disco. No entanto, As Long As Your Girls Smile, que a segue, parece um pouco deslocada, com solos ao estilo Slash que destoam do tom geral do álbum.
O álbum fecha com Why I Stand Here Now, uma faixa expansiva e bela, onde a banda mais uma vez demonstra sua maturidade musical, entregando alguns dos trabalhos de guitarra mais sublimes do disco.
Push Back The Horizon é uma obra variada, que explora com habilidade os pontos fortes do Lesoir. Apesar de algumas escolhas de produção e sequência que poderiam ser mais ajustadas, o álbum é uma demonstração impressionante do talento da banda, com momentos verdadeiramente excelentes que merecem ser apreciados.
1. Push Back the Horizon
2. Under the Stars
3. Fireflies
4. You are the World
5. The Drawer
6. AEON
7. Nadi
8. What Do You Want from Me?
9. As Long As Your Girls Smile
10. Why I Stand Here Now
Line-up
– Maartje Meessen / vocal, piano, flalta
– Eleën Bartholomeus / guitarra, backing vocals
– Ingo Dassen / guitarra, synth, Beats programming
– Ingo Jetten / baixso, Pedalsteel, guitarra, backing vocals
– Bob Van Heumen / bateria, percussão, backing vocals
