Em um bate-papo com o colaborador Fernando Queiroz, Roy Khan e Tore Østby falaram sobre amadurecimento, e a expectativa em se apresentar no Brasil pela primeira vez em Junho
Entrevista por Fernando Queiroz
Fernando: Podemos dizer que o Conception atingiu seu auge nos anos 90 em termos de volume de atividades. Depois de uma breve reunião em 2005, vocês pararam novamente e voltaram para valer em 2018. Bem, agora com a fama de Roy na cena metal em geral, e com tempo para se dedicar ao Conception, vocês acham que estão no auge da popularidade e notoriedade pública?
Roy: O Conception é algo totalmente diferente do que era nos anos 90, mas ainda somos os mesmos quatro caras – todos nós temos uma maneira bastante distinta de lidar com nossos instrumentos. Fundamentalmente, a combinação desses indivíduos exatos e a maneira como fazemos nossas músicas é o Conception. Sempre vamos nos esforçar para alcançar um lugar melhor, mas um auge pode ser muitas coisas.
Tore: É difícil comparar os anos 90 com agora. É um novo mundo e novos parâmetros. Não medimos realmente, mas certamente sentimos que estamos alcançando novos patamares, e somos abençoados com uma base de fãs extremamente dedicada.
Fernando: O Conception nunca havia feito turnê pela América Latina antes, então seria como explorar novos territórios, acredito. Como vocês veem a empolgação e o entusiasmo do público para esta turnê na internet?
Roy: As pessoas têm sido muito entusiasmadas. Nós também estamos. Vamos ao México, Chile e Brasil. O Conception nunca tocou em nenhum desses países, então esta mini-turnê em junho é algo que acredito que todos estão muito empolgados.
Fernando: Roy recentemente tocou no Brasil com o ex-vocalista do Angra, Edu Falaschi, alguém que tem boa popularidade no gênero. Você diria que essa participação acabou se tornando um atrativo para as pessoas em relação aos seus shows aqui?
Roy: Impossível medir, mas tenho certeza de que o show com Edu deve ter trazido alguma atenção extra para nossos shows. Foi uma experiência incrível, então estou feliz de qualquer forma.
Fernando: Com já cinco álbuns e um EP lançados, vocês vão focar o setlist em músicas antigas, na promoção do novo álbum ou em uma boa mistura de ambos?
Roy: Haverá uma boa mistura de músicas novas e antigas.
Tore: Estamos montando um setlist das músicas que mais gostamos de tocar ao vivo. Estamos focando nos lançamentos mais recentes, mas também estamos incluindo vários favoritos do passado.
Fernando: Em relação ao trabalho de Roy durante o tempo fora do Conception, vocês sentem alguma pressão desagradável de alguns fãs para tocar material dessa época? Se sim, como isso os afeta?
Roy: Se eu entendi corretamente, isso nunca foi realmente um problema, mas obviamente haverá pedidos online para essas músicas de vez em quando. Isso é totalmente ok.
Fernando: Logo depois que vocês voltaram em 2018, não muito tempo depois veio a pandemia de Covid-19. Quanto isso atrasou ou afetou os planos gerais para compor outro álbum de originais e a promoção do álbum lançado em 2020? Vocês já estão trabalhando no próximo ou pelo menos têm isso em mente?
Tore: A pandemia não poderia ter vindo em pior momento para nós, pois lançamos o “State of Deception” justamente quando a pandemia realmente começou. Tínhamos planejado uma turnê para promover o novo lançamento que tivemos que adiar várias vezes, e certamente afetou a promoção de outras maneiras. Por isso, foi ainda mais importante focar neste álbum e fazer a Edição Deluxe com faixas adicionais. Estamos compondo novas músicas, mas, como sempre, levaremos o tempo necessário sem prazos rígidos.
Roy: A pandemia certamente nos atrasou um pouco, mas se há algo de que me orgulho é que ainda estamos aqui e, sim; já temos e estamos escrevendo novo material, mas um futuro lançamento ainda está um pouco distante.
Fernando: Do último álbum antes do hiato da banda em 1997, até o lançamento do EP em 2018, houve uma diferença de 21 anos. Olhando para o material que vocês escreveram naquela época e o que escreveram recentemente, como vocês veem a mudança, evolução e a diferença em si na forma como escreviam então e como escrevem agora?
Roy: Todos esses anos em si fazem uma grande diferença, acrescentando maturidade e experiência de vida às nossas personalidades. Obviamente aprendemos algumas coisas ao longo do caminho e incorporamos novos elementos, além de trabalhar com novas pessoas. Você também aprende a confiar mais no seu próprio julgamento com o passar dos anos.
Pergunta: Finalmente, vocês podem nos contar um pouco sobre o que os fãs podem esperar da turnê na América Latina e enviar uma mensagem aos fãs, especialmente os brasileiros? Obrigado e bem-vindos!
Roy: Estamos muito empolgados com esses shows na América Latina. O último show será em São Paulo no domingo, 9 de junho. O Conception é realmente uma banda que precisa ser experimentada ao vivo, então esperamos ver muitos de vocês, pessoas maravilhosas, por aí!
Tore: Estamos muito ansiosos para compartilhar esses momentos e conhecer seus maravilhosos países e culturas!