Trypophöbia – Grindcore Antifascista

A BANDA

Formado no início de 2022, em São Paulo (SP), o Trypophöbia nasceu
com a intenção de executar um grindcore não apenas avassalador,
visceral e caótico em sua estética sonora e transgressora, como
também completamente engajado no que tange aos campos político-
sociais, em particular na defesa de pautas e posicionamentos
progressistas e antifascistas em toda sua essência. Em suma, assim
como deve ser.

À princípio, o nome da banda — e sua estilização na grafia — pode
evocar apenas o sentimento de chocar e/ou impactar sem grandes
pretensões, contudo existe um objetivo muito mais amplo e nobre por
detrás, que é o de provocar um incômodo profundo e autêntico em
todos aqueles que merecem e que, evidentemente, sequer precisam
ser mencionados à esta altura.

O logotipo, por sua vez, combina tanto o conceito de tripofobia como
algumas de minhas incontáveis inspirações artísticas, especialmente
logos de legítimas instituições mundiais do crust punk/d-beat,
grindcore e etc, como Amebix, Napalm Death, Yacgpsae e por aí vai. O
aspecto mais hardcore/punk/crust/d-beat/grind foi de suma
importância para que tudo fluísse perfeitamente.

Atualmente composto por David “Fanfarrão”” Torres (vocais), Ramon
“Ramones” Martins (guitarra e vocais de apoio), Fran Pedreira (baixo
e vocais de apoio) e Lucas Cassero (bateria), o grupo possui um
amálgama de influências, que advém tanto do grind e suas
incontáveis vertentes, como de representantes igualmente icônicos e
importantes para nossa formação musical — e anti-musical.

Estilos como hardcore punk, d-beat/crust punk, powerviolence,
crossover/thrashcore, death metal, industrial, grunge, rock alternativo e até
mesmo propostas fora do circuito mais “tradicional”, como hip-hop/rap e
música experimental/avantgarde, encabeçam o nosso interminável
caldeirão de inspirações.

Acima de tudo, o Trypophöbia busca ser um mecanismo que possibilita dar
voz a todxs os excluídos injustamente perante ao que chamamos de
“sociedade”. Podemos ser “invisíveis” aos olhos do grande maquinário,
no entanto jamais poderão cessar nossa voz e nosso barulho.

Todas e quaisquer formas de ódio, intolerância, repressão e abuso devem
ser combatidas e exterminadas veementemente e nossa arte, embora
grotesca e anárquica, é nosso instrumento contra as artimanhas do Capital,
do “neolibertinismo” e todo totalitarismo que insiste em nos eliminar. E
jamais conseguirão.

In Grind We Rise!

“O INVÍSIVEL” – A mascote da Trypophöbia

A arte que vocês observam aqui foi o protótipo inicial de nossa
personagem, parcialmente inspirada em uma ilustração do vilão
Leatherface, de “O Massacre da Elétrica” (1974), concebida por Jason
Edmiston, um tremendo desenhista. À propósito, outra inspiração que
surgiu repentinamente e caiu como uma luva foi a nova encarnação do
antagonista Candyman, presente no longa-metragem “A Lenda de
Candyman” (2021). Me baseei no aspecto repleto de crateras na peledo personagem do filme de Nia daCosta para conceber a aparência
“tripofóbica” de nossa mascote.

No entanto, ainda que tenha uma grande influência de cinema e
literatura de terror e universos fantásticos como um todo, ao criar 0
Invisível, parti do princípio de que gostaria de um mascote na qual o
nosso público poderia se identificar. Ao invés de criar um monstrengo,
zumbi, espectro sobrenatural ou algo batido e clichê, optei por criar um
personagem que se relaciona tanto com o posicionamento e o conteúdo
lírico da banda como com as mazelas e condições sociais que nós,
brasileiros médios e assalariados fatalmente somos submetidos em
nossas exaustivas rotinas.

O Invisível nada mais é que a representação nua e crua de um
sindicalista mulato, algo que reflete sutilmente a classe operária
brasileira e miscigenada. Embora apresente um aspecto que soe
monstruoso e grotesco, ele não é um morto-vivo ou algo do gênero. Na
realidade, seu aspecto repulsivo, traduzido pela pele repleta de crateras
de tamanhos diversos — olha a tripofobia ai — encarna os danos
irreparáveis, tanto psicológicos quanto físicos, por décadas de
exploração moral e corporal. Sim, é uma metáfora visual.

Inclusive, se observarem atentamente, o Invisível é cego, possui
lágrimas em seus olhos — uma angústia embebida de uma interminável
tristeza, rancor e total desprezo pela elite totalitária. Tanto ele como nós
somos cegados pelas falácias, provocações e falsas promessas e
utopias, em especial o devaneio da emancipação — visto que, após
séculos, permanecemos vítimas e subservientes ao Capital e às mazelas
que nos rondam e esfaqueiam covardemente pelas costas.

Como se tamanho martírio não fosse o bastante, a mascote também
possui uma corrente presa ao seu pescoço, embora rompida pela
metade, além de um martelo enferrujado, porém igualmente imponente
em suas mãos. Mais uma vez, temos uma parábola artística, que reitera
que a escravidão jamais foi abolida, apenas foi ” glamourizada” e
adaptada para outros formatos e embalagens. A corrente rompida e o
martelo ilustram que o Invisível” não se deixa abater tão facilmente, se
demonstrando completamente disposto a combater o grande
maquinário até o fim, sempre com o mínimo de esperança para impedir
o seu desatino.

No fim das contas, o Invisível é a encarnação de todes nós, perante uma
sociedade pútrida e corroída pelo parasitismo dissimulado dos
poderosos. Somos invisíveis aos olhos dos grandes capitalistas e
senhores da “moral”, porém sua tirania não é o bastante para cessar
nossa fala e muito menos nossa revolta, barulho e ações
cuidadosamente organizadas.

Texto e ilustração por David” Fanfarrão” Torres

DISCOGRAFIA

Abaixo todas as redes sociais, materiais/lançamentos/streamings e informações principais.

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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