Alesana incendeia São Paulo com show memorável em comemoração a 20 anos de carreira

Após mais de 10 anos um dos pais do post-hardcore, ou mais popularmente conhecido como “screamo”, voltam as terras brasileiras para comemorar 20 anos de banda.

Texto por Guilmer Silva e Fotos por Gustavo Palma, em cobertura para https://www.tramamos.com.br/, gentilmente cedidas

Em um fim de semana com Summer Breeze sendo o assunto mais falado nas redes, era de esperar qualquer outro show vazio, mas ai que vocês se enganam, porque o fã de Alesana, é um fã fiel e compromissado.

A escolha novamente foi a casa de shows Carioca Club, localizada em Pinheiros. Ao chegar no local já era possível se sentir em 2010 aonde o movimento emo estava no seu ápice, diversas pessoas no estilo, com franja de lado, roupas coloridas, com tudo que tinha direito. Novamente a produtora Liberation era responsável pela vinda deles.

A primeira banda responsável por aqueces os motores ficou a cargo da banda There’s No Face. banda formada por Rafael Morales (vocalista), Thiago Silva (baixista/vocalista), Rodrigo Kusayama (bateria) e Matheus Silvério (guitarras), a banda na ativa desde meados de 2009.

O primeiro trabalho do grupo foi lançado em 2012, após mudanças de formação. O EP Escolhas conta com quatro músicas e produção de Adair Daufembach. Depois de uma pausa, que foi de 2016 a 2018, a banda retornou com novos membros e, no ano seguinte, começaram a trabalhar no EP Acepção. Para suas composições, o quarteto se inspira em situações do dia-a-dia, além de críticas políticas e sociais.

Com um começo de show com um som um pouco embolado, o setlist foi repleto de musicas novas e as antigas, entre elas as faixas “Contra/Senso”, “Hamurabi”, “Quebre o Silêncio”, “Escolhas” e “Parte de Mim”. Na segunda música, entrou um segundo vocal e deixou tudo ainda mais pesado e dinâmico. A banda estava bastante entrosada e isso transpareceu na apresentação deles, o vocalista Rafael Morales interagiu bastante com os presentes.

Com a casa começando a encher, algumas rodas de mosh já se formavam, e era possível ver alguns fãs de longa data da banda cantando todas as músicas e agitando a todo momento.
Mesmo sendo um show curto, foi bastante coeso e honesto, uma ótima escolha da produtora Liberation. Uma banda para ficar de olho, eles tem um enorme potencial.

As 18:20 em ponto, a banda da vez era a já conhecida Sea Smile. Sea Smile é uma banda de Metalcore de São Paulo formada em 2010. Com o seu álbum “Sobrevivência” a banda inicia sua carreira com grande aceitação do público na cena independente. As músicas com letras em português mostram de forma acessível a mensagem, vocais com linhas gritadas e melódicas expressam as emoções que são transmitidas para o público.

A banda estava com uma nova formação, O antigo vocalista Dinho Simitan que já tinha feito parte da banda anos atrás, o retorno foi feito ano passado, desde de então eles estão fazendo diversos shows e recentemente divulgaram o novo single “Aura II”, que é continuação do maior hit da banda, intitulado “Aura”.

Nesse momento a casa já estava quase cheia, e a banda teve um setlist recheado de faixas antigas e mais recentes. As faixas “Adrenalina”, “Exaustão”, “Aura II”, e um dos mais brutais e conhecidos da banda, a faixa “Capoeira” fizeram o público presente vibrar e abrir várias rodas de mosh, a última faixa em especial fez os mosheiros de plantão dar socos no ar e abriu um sorriso em seus rostos. A energia estava lá em cima!

Por volta das 19:30, de casa lotada, com a melodia do interlude “Icarus” começou a ecoar pelos altos falantes. Em seguida Patrick, Jeremy, Shane, Jake e Shaw entram no palco e o último a entrar era o carismático vocalista Dennis Lee entram com total animação com uma sessão sem pausas de “Ambrosia”, “Beautiful in Blue” e “The Murderer”. A plateia logo se uniu, cantando em alto e bom som, bravejando as letras e pulando no ritmo dos riffs.

O vocalista Dennis Lee era um show a parte, ele pulava, cantava, e berrava como nunca, confesso que esperava bem menos da entrega dele, mas me surpreendi e fiquei feliz demais que ele ainda esta com todo o gás e ainda tem bastante lenha para queima, e isso vale para toda a banda também.
Sem pausas, a banda navegou por diversas fases da banda, passando pelas faixas “Hand in Hand With the Damned”, “Red and Dying Evening”, “Seduction” e uma das minhas favoritas, a “This Conversation Is Over”.

Cada música apresentava riffs e breakdowns que faziam a todos se sentiram em 2010, quando a banda estava no seu ápice. Na faixa “The Thespian” o vocalista viu uma jaqueta toda personalizada que foi presenteada por um fã. Chegando na metade do show a banda começou a “brincar” durante as músicas, com os membros rodando os instrumentos, o baixista subindo na bateria, e o vocalista tirando a camiseta e mostrando seu físico de “pai”, arrancou risada do público e deixando a apresentação mais íntima e divertida. Outras músicas como “Oh, How the Mighty Have Fallen” e “Circle VII: Sins of the Lion” e “Lullaby of the Crucified” mantiveram o ritmo alegre da noite.

Sem dúvida, a presença de palco do carismático vocalista Dennis Lee foi um dos destaques da noite. A banda volta e finaliza a grande noite com grandes hits da banda, como as faixas “Curse of the Virgin Canvas”, “Congratulations, I Hate You” (essa eu cantei em plenos pulmões) e a clássica absoluta “Apology”, que teve uma versão estendida.

O único show do Alesana no Brasil foi praticamente um “fan service”, agradando e cativando o público em todas as 16 músicas executadas nesta noite de celebração post-hardcore. O semblante dos fãs ao saírem do show era de satisfação e realização plena. Foi uma apresentação que me fez sentir com meus 15 anos novamente e realizei um sonho pessoal de vê-los ao vivo pela primeira vez. Uma noite que jamais será esquecida e ficará marcada por muito tempo. Vida longa ao Alesana!

Agradecimentos especiais a Liberation e a Tedesco Mídia pelo credenciamento

SETLIST ALESANA:

Icarus
Ambrosia
Beautiful in Blue
A Lunatic’s Lament ((Interlude 2) (outro only) (>)
The Murderer
Hand in Hand With the Damned
Red and Dying Evening
Seduction
This Conversation Is Over
The Thespian
A Lunatic’s Lament
Oh, How the Mighty Have Fallen
Circle VII: Sins of the Lion
Lullaby of the Crucified
Interlude 4
Annabel

Encore:
Curse of the Virgin Canvas
(with “When I Come Around” snippet by Green Day)
Congratulations, I Hate You
Apology
(extended)

Nos sigam e deêm um like na gente \m/
error
fb-share-icon

About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

View all posts by Guilmer da Costa Silva →

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *