Texto por Guilmer Silva e Fotos por Gabriel Ramos, em cobertura para igormiranda.com.br, gentilmente cedidas
Após cinco anos o duo de rock Mike Kerr e Ben Thatcher retornam ao Brasil para uma noite memorável. Após apresentações nos festivais Rock in Rio em 2015 e Lollapalooza 2018 eles marcaram presença na casa de show Audio Club.
A banda Royal Blood nasceu em 2013 na Inglaterra, mas o primeiro disco veio em 2014. Então, mesmo não sendo um show para festival, a 1h30 de apresentação da dupla em São Paulo teve essa característica de “The Greatest Hits” do grupo. E funcionou de forma perfeita.
Um pouco antes das 21h, um prelúdio deu início a noite que ia se tornar memorável para os fãs, a lindíssima Bach Cello Suite No 1 in G Major. Pontualmente às 21h, o duo entra no palco recebidos por uma casa cheia repleta de fãs para assistir o primeiro show solo da banda em território brasileiro. Os gritos de “Royal Blood, Royal Blood” ecoavam enquanto a dupla iniciava o espetáculo com a faixa “Boilermaker“, seguida por um de seus maiores hit’s, “Out of the Black“, incendiando a plateia instantaneamente.
O público se entregou completamente ao show, cantando até os riffs de guitarra, estava bonito de se ver. O som estava impecável, era possível escutar todos os instrumentos e voz de maneira nítida. A anos não via a Audio em sua capacidade máxima, e na pista todo espaço era disputado.
O carismático baterista Ben desceu no meio da plateia e se envolveu em uma bandeira do Brasil. Ao retornar em seu instrumento ele a colocou em sua bateria permanecendo até o final do show, prestando uma espécie de homenagem ao público brasileiro.
O duo pouco falante, mas o vocalista Mike agradeceu aos público presente. O show incluiu outros sucessos como “Figure It Out“, “Lights Out” e “Trouble’s Coming“, todos tendo participação fervorosa da plateia, com todos cantando até as notas da guitarra. Antes de fechar a primeira parte do show com “Little Monster”, “How Did We Get So Dark” e “Loose Change” foi para mostrar que o Royal Blood sabe manter a empolgação lá em cima durante todo o espetáculo. A primeira faixa sendo cantadas por todos foi um momento muito bonito da noite.
A dinâmica do palco foi algo bem interessante, vocal e bateria se mantendo na mesma importância, ninguém atrás de ninguém. A plateia correspondeu aos esforços da banda. O público era formada por jovens de 18 até os tiozões de 40 anos, com muitos casais, não teve um refrão que não foi entoado em bom som para que os músicos entendessem que tinham seu público na cidade, era possível ver a felicidade no rosto deles. A Audio virou uma única voz, cantando cada riff de forma milimétrica, parecia que cada pessoa queria mostrar quem era mais fã, já fui em muitos shows e garanto que isso não acontece com muitas bandas hoje em dia.
Eu como um pouco conhecedor da banda achei o setlist excelente, tiveram músicas pesadas, lentas, melódicas (o vocal Mike não decepciona em nenhum momento, que gogó desse rapaz). Acredito que qualquer pessoa que queira conhecer a banda, ouça o setlist desse show e garanto que irá gostar e ver todos os lados da banda, tem para todos os gostos.
Muitos dizem que o rock morreu, que o rock não faz mais sucesso, que o rock não esta nas paradas de sucesso. Mas ao presenciar o show do Royal Blood eu vejo que essas pessoas estão totalmente erradas.
Enquanto bandas como Royal Blood estiverem por ai, o rock sempre estará vivo de alguma forma, e no momento o rock vai muito bem obrigado.
Agradecimentos especiais a Move Concerts Brasil e Agência Taga pelo credenciamento.
Setlist:
Bach Cello Suite No 1 in G Major Prelude
Boilermaker
Out of the Black
Mountains at Midnight
Come on Over
You Can Be So Cruel
Lights Out
Shiner in the Dark
Supermodel Avalanches
Blood Hands
Trouble’s Coming
Typhoons
Pull Me Through
One Trick Pony
Little Monster (Followed by drum solo)
How Did We Get So Dark?
Loose Change
Encore:
Ten Tonne Skeleton
Figure It Out