Obscura agita Carioca Club em noite fria e competitiva de São Paulo

Apesar de um Carioca Club mais vazio, por conta da variedade de shows de metal na cidade, banda entregou sonoridade e pontualidade exemplares

Texto: Tiago Pereira / Fotos: André Santos em cobertura para a Roadie Crew, gentilmente cedidas

A banda de death metal técnico e metal progressivo alemã Obscura evidenciou toda sua dedicação e habilidade na primeira apresentação em solo brasileiro, realizada no último domingo (29) no Carioca Club, em São Paulo. O show, único e sem abertura, foi parte da passagem da banda pela América Latina, sob a turnê “Valediction World Tour”.

O quarteto é composto por Steffen Krummerer (guitarra e vocal), Christian Münzner (guitarra), David Diepold (bateria) e Jeroen Paul Thesseling (baixo) e está ativo desde 2002.

Apesar de a casa de shows estar mais vazia que o habitual e, também, ocorrer pequenos desníveis sonoros, com as guitarras em volume menor que os demais instrumentos em momentos de solo ou de notas mais agudas, o ânimo da galera – em pequenos momentos de Mosh pits e pelo balançar contínuo das cabeças presentes – e o empenho da banda foram pontos que sobressaíram e melhoraram a apresentação de pouco mais de uma hora de duração. E o fator lotação, claro, foi um impacto da variedade de shows na mesma noite, em outros locais, a exemplo de Machine Head e Primal Fear. 

O show começou às 20h, horário previsto e que reforçou a pontualidade exemplar. Jeroen Paul Thesseling foi o primeiro a aparecer no palco após a introdução em órgão e com seu baixo de sete cordas. Em seguida, vieram os demais integrantes: Diepold, Münzner e Krummerer entraram conforme o baixista tocava e, após a saudação da plateia, o grupo abriu o setlist com “Forsaken”, faixa que também abre o álbum “A Valediction” (2021). A plateia fica mais animada no final da faixa, quando Steffen pediu gritos deles no ritmo da faixa.

Em seguida, a banda tocou “Emergent Evolution” e “Devoured Usurper”. E foi nesta terceira faixa que o balançar de cabeças do público se tornou mais evidente, além de o primeiro Circle Pit surgir a pedido do frontman.  O ânimo da banda, misturado ao despertar da plateia, gerou um ótimo ambiente e resultou nos gritos do nome da banda no final da faixa.

Após os primeiros agradecimentos ao público, momento em que Steffen Krummerer agradeceu a presença na primeira apresentação da banda no Brasil, a faixa “Akróasis”, que também leva o nome do álbum de 2016, é introduzida com forte destaque da sonoridade de Jeroen Paul Thesseling e David Diepold ao longo da faixa. 

“Ode to The Sun” e “The Beyond” foram as faixas seguintes e, logo após, “Orbital Elements”, faixa instrumental, trouxe grande sonoridade e com novo destaque para a introdução e as cordas do baixista.

“Anticosmic Overload” trouxe mais do potencial vocal de Steffen Krummerer e um bom solo de Christian Münzner. O público, claro agradeceu com uma sonora ovação.

Krummerer chegou a perguntar sobre faixas que os fãs conheciam. Um deles, presente no mezanino, chegou a pedir “Septuagint”. No entanto, a banda tocou “When Stars Collide”, faixa do álbum “A Valediction”. Ao final da faixa, o frontman jogou sua guitarra para o alto e a pegou, sinalizando a pausa na apresentação.

No encore, alguns fãs chegaram a ensaiar, sem ritmo e sem sucesso, um “olê, olê, olá… Obscura, Obscura”. Muitas risadas coletivas surgiram. Minutos depois, a banda, novamente ovacionada, retornou para tocar as duas últimas faixas do show.

“Septuagint” finalmente é tocada e, na sequência, após uma breve introdução de Jeroen Paul Thesseling, “Incarnated”. O público, nos últimos minutos, gritou junto à banda e teve uma ótima finalização. Krummerer prometeu um retorno à São Paulo e agradeceu novamente pela presença da banda.

 A saída, da banda, rápida e sem um agradecimento coletivo ou foto com a plateia, de nada mudou quanto a entrega em palco. De um show pontual do início ao fim e, mesmo com os pequenos problemas quanto aos solos, pouco ouvidos, o Obscura mostrou a qualidade musical e entregou o melhor do death metal técnico em uma noite… “competitiva” no quesito de shows.

Obscura – Carioca Club – 29/09/2023

Forsaken
Emergent Evolution
Devoured Usurper
Akróasis
Ode to the Sun
The Beyond
Orbital Elements I
Anticosmic Overload
Ocean Gateways
When Stars Collide

Encore:
Septuagint
Incarnated

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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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