As The Palaces Burn – Drowning Into Shadows

Drowning Into Shadows, segundo trabalho do As the Palaces Burn mostra com todas as letras porque são um dos nomes mais promissores do underground atual.

Nota: 8

O As the Palaces Burn realmente é uma banda única. Conseguem transitar entre diversos estilos do metal como metalcore, groove metal e heavy/speed metal tradicional com uma facilidade que poucos outros conseguem, fazendo com que sejam um dos nomes mais promissores do underground moderno. Seu segundo álbum, “Drowning Into Shadows” não é diferente.

Para início de conversa, a produção deste LP é muito, muito boa. Dá para identificar todos os instrumentos diferentes tranquilamente, mas ainda “cabem” bem um com o outro. Outra característica deste álbum é que se ouvir sem saber o contexto, é difícil dizer que é de uma banda nacional; é um som muito global, pronto para sucesso na gringa. Isso pode se dar por conta da sonoridade mais inerentemente moderna deles; eles seguem uma vertente do metal não tão característica do Brasil.

O Projeto já começa forte com a single “Lord Underrated”, que já de cara demostra a modernidade do som dos catarinenses. Esta primeira faixa também consegue destacar bem as habilidades vocais do Alyson Garcia, que consegue ir de um vocal gritado a um clean incrivelmente rápido e sem desfalques. A bateria da música (cortesia de Gilson Naspolini) também acaba sendo muito bem trabalhada, tendo diversas viradas vertiginosas. Já “The Hive” conta com um som um pouco diferente, tendo sintetizadores desde o início, riffs mais simples porém ainda devidamente pesados, uma percussão mais sincopada, dentre muitos outros, evidenciando fortemente a flexibilidade estilística da banda.

“Obbey”, que também fora single, começa um tanto inusitada, com um efeito sonoro que parece ser de uma latinha de refrigerante, mas isto não afeta na qualidade da música. A dinâmica entre a instrumentação da faixa e da letra é incrível; os instrumentos demonstram um pequeno sentimento de urgência, e a letra repete que “the clock is ticking” (o tempo está passando). Há também algumas notas do metal dos anos 2000 com a volta dos sintetizadores e abundância de “tribais” na bateria.

“As Deep as a River” e “Into Emotions” com certeza são futuros clássicos e grandes destaques no disco. Ambas faixas apresentam qualidades antológicas, que as assemelham a um hino; refrões poderosos, com diversas camadas de voz, riffs marcantes, vários solos, bastante variação entre si. “For the Weak” e “Last Ride” acabam sendo praticamente mais do mesmo, um som moderno que demonstra atributos de diversos “sub-gêneros” muito bem executado.

“Drowning Into Shadows” é um projeto grandioso, e as últimas duas músicas retratam isso muito bem. A instrumental “As the Palaces Burn” é orquestrada e mixada muito bem e não necessita de letra para mostrar emoção. “Some of Them Died” é um medley e um tributo à diversas bandas que influenciam a ATPB, incorporando pequenos pedaços de clássicos de cada banda. O press release da banda descreve esta faixa bem quando a descreve como “uma homenagem a lendas do metal que deixaram uma marca indelével no gênero. A música é uma homenagem a ícones como Children Of Bodom, Nevermore, Dio, Van Halen, Rush, Pantera, Slayer, Death e Depeche Mode, entrelaçados na essência de As The Palaces Burn.” Traduzindo, esta última música mistura diversas músicas de bandas importantes para o “As the Palaces Burn” com uma roupagem deles. Ela é um ótimo jeito de fechar, pois mostra o que está por trás da banda.

“Drowning Into Shadows” mostra grande evolução desde o último full-length da banda, “End’evour” de 2019 e reforça a posição da ATPB como uma das grandes bandas modernas do underground nacional. Vale a pena ouvir.

O lançamento oficial de “Drowning Into Shadows” está marcado para o dia 31 de Outubro.

AS THE PALACES BURN online:
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Formação:

Alyson Garcia – Vocal
André Schneider – Baixo
Diego Bittencourt – Guitarra e vocal
Gilson Naspolini – bateria

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