Brujeria celebra 30 anos de “Matando Güeros” em São Paulo

A banda deu uma grande festa em comemoração ao aniversário do álbum, em noite de sold out

Fotos: Mazzei (@mazzei.br)

Trazendo seu deathgrind com elementos da cultura mexicana e suas letras que abordam temas como satanismo, tráfico de drogas e política, o Brujeria retornou a capital paulista no último sábado (26), dando continuidade a agenda extensa na América Latina, com a turnê “Matando Güeros 30 Años Aniversario Tour”.

Apesar do frio e garoa, muitos fizeram um esquenta nos arredores. As portas foram abertas às 17:30 e aos poucos, os setores do Carioca Club foram enchendo. Localizada em Pinheiros, na zona oeste, a casa tem uma ótima estrutura para eventos e comporta bem o seu público. E muitos do público dessa noite estavam com anseio por uma festa frenética e insana.

Como previsto, pontualmente às 19:30 o Brujeria sobe ao palco. A formação atual conta com Juan Brujo (vocal), El Sangron (vocal), Pinche Peach (vocal), El Criminal (guitarra), Sergio Lopez (baixo) e Svo (bateria). O baterista Nicholas Barker, que se apresenta sob o pseudônimo de “Hongo Jr.” está internado devido a uma insuficiência renal, sendo obrigado a se abster da turnê.

Após a abertura das cortinas, “Cumbia de Satanas”, do grupo Sonora Barranquilla, ecoa nos falantes da casa, contagiando com seu ritmo dançante e mostrando como a banda faz jus ao seu nome. A temática do palco é caricata, com uma bandeira do México ao lado da bateria e fincada em seu mastro, a cabeça do “mascote” Coco Loco, fazendo referência a capa do álbum lançado em 93.

A banda executou o álbum “Matando Güeros” na íntegra, de forma visceral, com as músicas sendo tocadas em maior velocidade se comparadas com suas versões em estúdio. Com poucas pausas para falar com o público, o show foi conduzido pela destruição sonora, regada de blast-beats e riffs frenéticos. As letras, que abordam temas obscuros e violentos, se atrelam ao instrumental caótico e despertam uma energia surreal

nos fãs, fazendo com que um grande mosh pit se abra no centro da pista e além disso, com que muitos subissem ao palco para fazer stage dives e danças dos mais diversos estilos.

O trio de vocalistas trabalha muito bem em conjunto, com Brujo conduzindo maior parte das frases, narrando as histórias contadas nas músicas. Sangron, trabalha de forma mais intimidadora, porém atrai os fãs para cantar os refrões e Pinche agita e provoca, trazendo o público pra frente do palco e proporcionando diversas interações. Há também momentos de descontração entre eles, com dancinhas sincronizadas e falas ensaiadas, que proporcionam risadas em muitos.

Sequência de clássicos, público desenfreado e muita “Marijuana”

Falando em interações, a segunda parte do show foi mais intensa e caótica. Para começar a sequência de músicas dos sucessores Raza Odiada (1995) e Brujerizmo (2000), a aclamada “La Migra (Cruza la frontera II)” abre com o clássico diálogo entre Brujo e Pinche, negociando o valor para atravessar imigrantes pela fronteira, de maneira ilegal. “Colas de Rata” vem em seguida, intensificando a porradaria no mosh. Os vocalistas gesticulam como se estivessem “cheirando linhas” em mais uma de suas encenações. “Marcha de odio” convoca o “exercito de soldados de Brujeria”, com a banda fazendo reverências, como se fossem os líderes de todos ali presentes.

Incontáveis fãs subiam ao palco para mais stage dives a ponto de incomodar os seguranças, que tentaram controlar a situação, mas não obtiveram sucesso. E por falar em situações…um dos momentos mais inusitados se deu antes da execução de “Consejos Narcos”. Pinche e Sangron questionaram se havia “maconheiros” no local, tendo a positiva de muitos. Em seguida, perguntaram se havia maconha no local e novamente, uma positiva. Sem delongas, solicitaram a erva e rapidamente, cada um dos três vocalistas estava com um “cigarrito del diabo” em mãos.

Com fãs tão solícitos e gentis, agora a festa tinha chegado ao ápice. Após uma aula de como lidar com vendas de entorpecentes e até onde ir nas “mordidas” com os produtos, a banda faz seu encore, desencadeando o desenfreio nos que já estavam curtindo o show de forma mais intensa. “Brujrizmo” e a tão aguardada “Matando Güeros” encerram as atividades, com Brujo e Sangron empunhando seus machetes, os erguendo e batendo nas caixas de som, como se fossem golpes fatais. Pinche anda com a cabeça de Coco Loco por todos os cantos do palco, a exibindo para o público, como se fosse um troféu. Por fim, “Marijuana”, versão da clássica “Macarena” ecoa nos falantes da casa e é cantada pelos vocalistas. Sem controle, muitos fãs sobem ao palco, para festejar com a banda, cantando, registrando fotos e vídeos e claro, dançando ao ritmo da música. Apesar de, novamente, irritar os seguranças, nenhum deles causa problemas e inclusive, são bem recepcionados pelos integrantes da banda.

O Brujeria deu uma verdadeira festa, em comemoração aos 30anos de seu álbum de estreia. A apresentação foi rápida, porém, memorável. Quem esteve presente assistiu a um show repleto de interações e encenações que ilustram bem as mensagens que compõe as músicas do grupo. Apesar de polêmicas, a noite foi divertida e atraiu um público intenso e fora da curva, lotando a casa. Podemos aguardar uma passagem futura pelo país, pois a banda lançará seu próximo trabalho de estúdio em Setembro (15), com o título de “Esto es Brujeria”, via Nuclear Blast.

Brujeria – Carioca Club – 26/08/2023

Cumbia de Satanas (Sonora Barranquilla)
Pura de Venta
Leyes Narcos
Sacrificio
Santa Lucía
Seis seis seis
Cruza la Frontera
Greñudos Locos
Chingo de Mecos
Narcos-satánicos
Desperado
Machetazos (Sacrificio II)
Culeros
Misas Negras (Sacrificio III)
Chinga tu Madre
Verga del Brujo
Están Chingados
La Migra (Cruza la Frontera II)
Colas de Rata
Hechando Chingasos (Greñudos Locos II)
La Ley de Plomo
Marcha de Odio
Revolucíon
Consejos Narcos
Brujerizmo
Matando Güeros
Marijuana

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About Bruno Santos

O amor pela música nasceu na minha infância e ir em shows é uma de minhas maiores paixões. Também sou um grande fã de games e da cultura geek.

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