Resenha: Extreme – Six

Por: Heverton Souza

Para qualquer fã de qualquer artista, 15 anos é uma espera tão longa que na verdade nem se espera mais e assim estavam os fãs do Extreme até março de 2023, quando o silêncio foi quebrado com nada menos que o peso de ‘Rise’. Estava iniciada a rede de ansiedade e expectativas. A música deixava a questão se tudo viria nessa pegada ou se já gastaram a melhor carta de cara e o restante do jogo viria num blefe. Fato é que, mais dois singles depois e chegamos em Six, nada menos que um dos melhores discos da carreira da banda hard americana e, mesmo distante da influência funk das guitarras de Nuno Bettencourt, não há como o disco desagradar.


A abertura com a já citada ‘Rise’ seguida de ‘Banshee’, dá o tom de peso e podem fazer muitas bandas stoner se perguntarem como nunca chegaram em músicas tão potentes, tamanho o poderio dos riffs e peso da cozinha de Pat Badger (baixista) e Kevin Figueiredo (baterista). ‘Other Side of The Rainbow’ suaviza o clima num estilo semi-balada com destaque para o solo de Nuno e também para a voz de Gary Cherone, que além estar tão potente, já com seus 61 anos, entrega uma interpretação de arrepiar.
‘Small Town Beautiful’, essa sim balada de fato, também pode ser facilmente destacada pelos vocais, mas não apenas de Gary, como também os de Nuno. Porém, nem só de baladas se faz as harmonizações vocais deles, vide o que ouvimos em ‘The Mask’ em mais um belo momento de riff marcante com o peso da cozinha.


E eles emendam essa pegada em ‘Thicker Than Blood’, que começa com a cara do álbum Saudades de Rock, mas logo mostra um novo lado do Extreme com sintetizadores e batida rap. Sim, isso mesmo que você leu! E ficou uma boa e ousada combinação com o hard da banda. Mas ok, querem o rock seco de volta? ‘Save Me’ te salva nisso, com perdão ao trocadilho, com pegada grunge, parecendo uma música perdida do Alice in Chains. ‘Hurricane’ vem para a conhecida maestria de voz e violão da dupla Bettencourt/Cherone, mais uma vez com ambos brincando de humilhar em harmonias vocais. Um momento bonitinho do disco!
E seguindo nessa montanha russa, chegamos na música mais ousada do disco: ‘X Out’! Aqui o som em riffs sintetizados faz com que a banda pareça parte da trilha sonora de uma série como Stranger Things, com aquele clima oitentista forjado. É de se imaginar que esse seria o tipo de caminho musical que Eddie Van Halen estaria compondo atualmente se ainda estivesse entre nós, numa formação de volta com Sammy Hagar.

‘Beautiful Girls’ vem na sequência numa pegada ska e pop, parecendo uma música da banda californiana Sugar Ray, e apesar de não agregar ao disco, sabemos que o Extreme curte essas gracinhas. Dura pouco e logo nos devolve ao clima, agora ‘Here’s To The Losers’, mais uma balada, aqui com aquele formato apoteótico, muito disso graças a um coral infantil, numa música que cresce, se agiganta e traz uma letra que parece puro sarcasmo ao ouvirmos o refrão, mas é uma bela mensagem de que fracassar é parte de qualquer processo, até mesmo da vitória. Emocionante!

Muito elogiado pela performance de Nuno Bettencourt, que deve ter trazido consigo novas influências ao trabalhar com a cantora Rihanna, Six vai muito além da combinação de poderio técnico e feeling do guitarrista. Um disco que mostra na verdade como esses 4 caras juntos são únicos, trazendo as marcas da banda em meio à uma renovação sonora. É um novo Extreme para novos fãs, assim como para velhos fãs, porém apenas para os mais mente aberta.

Rise
#Rebel
Banshee
Other Side of the Rainbow
Small Town Beautiful
The Mask
Thicker Than Blood
Save Me
Hurricane
X Out
Beautiful Girls
Here’s to the Losers
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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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