O LADO OBSCURO DO ESOTERISMO EM SÃO PAULO – CULT OF FIRE NO HANGAR

Fotos: Gustavo Diakov

A famigerada casa de São Paulo, de renome dentro da cena hardcore/punk nacional já de
longa data , foi o palco para o espetáculo além música, dos tchecos do Cult Of Fire. O local que
tem capacidade para cerca de 600 pessoas, teve uma considerada gama de ingressos vendidos
para o evento.

Estava cheio, mas de fácil locomoção interna. Porém, pela região antes do
show, não se observava uma vasta quantia de ambulantes, sejam de bebidas ou de camisetas
e acessórios. Embora tenham 13 anos de carreira, o som um tanto específico, atrai um seleto
grupo de fãs pela América do Sul e adjacências.


O evento não contou com banda de abertura, como é de costume com demais bandas de fora,
contarem com bandas nacionais iniciando os trabalhos. Não se sabe ao certo a razão, mas
acredita-se que pelo fato de toda a estrutura de palco necessária para o rito.


Pontualmente ás 21 hrs, ainda com as cortinas fechadas, inicia-se a intro Om Kali Maha Kali,
último single da banda de mesmo nome, que fala sobre a manifestação (deusa) do hinduísmo.

Em algumas versões é considerada uma contraparte de Shiva, representando a destruição
Ativa, o próprio poder e ação enquanto a contraparte masculina representa a ”conscîencia”
Passiva. Em outras é dita ser manifestação da deusa  Durga , a esposa de Shiva. Ela
também foi concebida como o aspecto dinâmico do Senhor Shiva. Kali personifica os três
aspectos do ato cósmico, que se revelam na criação, na preservação e na aniquilação. Em
uma relação deliciosa, o “a” de Shava e Kala nega o que é realizado pelo “i”, o
componente principal de Shiva e Kali. Shava é o corpo sem vida, aquilo que sobra no
universo manifesto quando o Poder do Tempo o toma sob seu controle, e Kala é o que se
revela apenas no aspecto manifesto do universo, e assim ambos são limitados. Quando o
“i”, simbólico da energia feminina, que se manifesta como Kali, se une a eles e transforma
Shava em Shiva e Kala em Kali, ambos emergem como ilimitados, atemporais. É
representada manchada de sangue, com cobras e um colar de crânios. [1]
Fonte: Wikipedia

O quarteto conta com Vojtech (vocal), Peter (bateria), Vladimir (guitarra) e Opat (guitarra).
Durante toda a apresentação ambos os guitarristas permanecem em posição de lótus
(sentados, com as pernas cruzadas), enquanto Vojtech centralizado no palco, entoa seus vocais
hora guturais graves, hora limpos graves (mântricos) diante de um altar.


O palco conta com toda a representação da temática esotérica ancestral da banda que aborda
a mitologia/religiosa hindu, passagens pelo budismo, até cultos védicos (sacrifícios). Serpentes
á direita e á esquerda, que representam o que é visto pelas religiões cristãs/judaicas como as
que levaram o homem a traição ao deus monoteísta. Desde o backdrop, repleto de imagens
como as de Kali, Sheeva e Budah. Castiçais com velas pretas e vermelhas, cálices e incensos,
estes que trouxeram toda uma experiência olfáctica além da visual.
O setlist de cerca de 1:20, contou com músicas de todos os álbuns de estúdio lançados até
então, que somam 4. Triumvirát (2012), Ascetic Meditation of Death (2013), Nirvana (2020) e
Moksha (2020), além da intro com o single recém lançado, mencionado acima.

Os destaques ficaram para as faixas Kali Ma, Khanda Manda Yoga e Jai Ma, que além do peso do
atmosférico metal extremo da banda, levam a uma breve experiência de transe durante o
show.

Um verdadeiro espetáculo!


Uma observação, fica quanto ao merch oficial, procurado por alguns no decorrer do show e
não encontrados à venda, poucos tiveram acesso, após um membro da produção aparecer no
fim da apresentação com camisetas e patches.
Após o show, a banda seguiu para um after party no Madame, onde pude conversar um pouco
com Vojtech sobre a sensação quanto á recepção do público daqui, e curiosidades como por
exemplo sobre o translado dos itens de palco, algo comentado por ele como ´´much
expensive’’, o que encarece a logística, e limita um tanto a possibilidade de apresentação deles
em diversos lugares.


Sobre a banda em si, vale a pena conhecer o som, quem se identifica com bandas do tradicional
Atmospheric black metal, até o mais ‘’atual’’ post- black-metal.

Cult Of Fire – Hangar 110 – 17/06/2023

Om Kali Maha Kali
Zrození výjimečného
Nečistý
Jai Maa!
Har Har Mahadev
Kali Ma
Untitled 1
Khanda Manda Yoga
Závět světu
Buddha 1
Buddha 5
Burned By The Flame Of Divine Love

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About Andrei Ramirez

34, pai, bussiness man, vocalista. Cria do new metal, forjado no metal extremo e amante da gotiqueira (darkwave ). Resenhas de shows, álbuns e entrevistas.

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