O evento promovido pela Xaninho Discos contou com os outros grandes nomes do underground brasileiro, como Croatche Rot, Eskrota, Desalmado e Surra.
Por questões logísticas acabamos por chegar no horário em que o show do Desalmado se iniciaria. O local, Tork and Roll, além de uma ótima estrutura para show, conta com outras diversas opções de serviços e entretenimentos. O espaço é uma espécie de galeria, com bar central, dois andares, e diversas lojas laterais, que contam com alimentação, tatuagem, barbearia e até opções de jogos no segundo andar como fliperamas e sinucas.
O horário em que chegamos por volta de 18:30/19 hrs, já contava com um público considerável, cerca de 70% para uma lotação cômoda, e a casa me pareceu ter estrutura para cerca de 1,5 a 2k pessoas. A boa iluminação facilitava os encontros, nos deparamos por lá com Daniel da Brado Records, um dos relacionamentos que o underground nos proporciona através das redes sociais, e que ocorre o contato pessoal em shows.
E vamos lá, quanto às apresentações, quero começar com a notícia ruim (para que as boa compensam depois, rs). Notamos que tanto nas apresentações do Desalmado, Surra e ainda de certa forma na do Napalm, a devida regulagem dos equipamentos por hora deixou a desejar. Sabe-se que sons extremos, exigem uma melhor preparação do técnico da mesa, para que haja nitidez no som dos instrumentos, e o som não embole.
Mas que de maneira geral, não fez com que o festival deixasse a desejar. Desalmado e Surra, aqueceram os ânimos dos presentes, em shows recheados de moshpit, que pareciam deixar os presentes cansados para o que ainda viria.
Napalm Death nos brindou com seu rolo compressor do grindcore clássico, como os maiores que são. O setlist foi bem calcado em seu último álbum Throes of Joy in The Jaws of Defeatism, lançado em 2020, como ´´Backlash´´, ´´Contagion“, mas obviamente com grandes clássicos, que levam o êxtase a quem está tanto na beira do palco como no mosh, como ‘’Suffer the Children’’ , ‘’Scum’’, ‘’Siege of Power’’ e o arrebatador cover de Dead Kennedys para a música ‘’Nazi Punks fuck off’’. Entusiasmo esse, que também tomou conta de mim, me levando a subir ao palco, e tentar o famigerado stage dive, porém o espaço entre a grade e o palco era considerável, e um pulo a lá Randy Blythe me rendeu uma bela luxação de tornozelo e joelho (risos). Em uma enérgica apresentação, embora com a ausência de Shane Embury (baixo), sendo substituído por Gary Meskil (Pro Pain), Napalm Death entregou o pré show ao Summer Breeze, dentro do esperado. Sempre politizados, ainda houve tempo para o já costumeiro discurso de Barney no palco, com direito a um ‘’Fuck Bolsonaro’’, rs. Uma bela viagem, e shows, uma boa recepção dos colegas curitibanos do underground.
Agradecimento especial ao Toninho da Damaged Design, que nos recepcionou em sua casa, e foi nosso guia pela cidade. Acompanhem seu trabalho @dmgd.dsgn e @dmgd.artwrk