Monstrosity se apresenta para comemoração de 30 anos do Imperial Doom

Hangar foi palco da comemoração do clássico trabalho da banda

Fotos: Isis Trindade / Texto: Naima Marchetti

Nesta sexta-feira, dia 24 de março, a lendária banda Monstrosity se apresentou no Hangar 110, inaugurada em 1998 a tradicional casa noturna de Rock, situada no bairro do Bom Retiro, sempre foi voltado para o cenário alternativo e underground, já tendo passado um período de portas fechadas em 2017, a reabertura em 2020, voltou a proporcionar o encontro de grandes bandas na capital paulista.

O público que compareceu essa sexta na casa, teve de enfrentar uma jornada caótica para se deslocar em São Paulo, devido a greve nas linhas de metrô e sua retomada parcial as atividades, mas quem se arriscou não se arrependeu, junto a banda principal marcaram presença as bandas Vazio (SP), Cemitério (SP) e Corpse Grinder (MG).

A casa abriu por volta das 19h. A plateia demorou a chegar, creio ser pela dificuldade de locomoção e horário de abertura do evento muito próximo ao final do expediente comercial. A casa contou com um público mais velho, que em sua maioria assistiram as apresentações tranquilamente, o clássico ”parado de braços cruzados” e tímidos balanços de cabeça e batidinhas de pé no chão. Apesar de sua pequena estrutura, o Hangar entregou um bom som, dando-se para ouvir perfeitamente todos os instrumentos e vozes.

Composto por ótimas bandas nacionais de peso, a abertura do evento ficou por conta da banda de Black Metal ”Vazio”, fundada em 2016. A formação do Vazio conta com os fundadores Renato Gimenez (vocal e guitarra) e Eric Nefus (guitarra), Daniel Vecchi (bateria) e Nilson Slaughter (baixo). Como era de se esperar, a banda entregou uma apresentação impecável, com atmosfera e vocais diferenciados e o baixo perceptível, variações de groove e blast beats da bateria, contando também com seu teclado que dá o ar atmosférico a banda, boa parte do setlist foi tirada do maravilhoso álbum, ETERNO AEON OBSCURO, que conta com um bom merchandising, com boa variedade de camisetas, alguns patches, bandeiras e belas artes espalhadas pelo palco, encerrando o show às 20h25. Todas as bandas foram extremamente pontuais, algumas começando e se encerrando com mais ou menos 5 minutos de adiantamento.

elementais da matéria escura
sob a noite espectral
nascido do fogo
chamado dos mortos
eterno aeon obscuro
besta interior
eterno vazio

Após mais ou menos uns 10 minutos, a banda com temática de filmes de terror, Projeto de Hugo Golon (Vocal e Baixo), Douglas Gatuso (Baixo) e Guilherme Souza (Bateria) Cemitério iniciou o show com sua pegada death/trash metal, iniciando com com a música ”Sexta-feira 13”, na segunda música, ”Holocausto Canibal”, Hugo reclama não estar escutando o retorno de sua voz, rapidamente foi resolvido pela equipe da casa, tocando também ”A noite dos mortos vivos” e a clássica ”Natal Sangrento” um som bem rápido e agitado, até tentaram puxar um mosh durante a apresentação da banda, porém sem resultado, mas que a verdade seja dita, o guitarrista esbanja simpatia e maestria do instrumento manipulado por ele, na mesma proporção de uma mira absurda, pois ao tentar me presentear com sua palheta acertou exatamente o centro do buraco no chão do palco para passagem de fio, sem minha palheta e fascinada pelo som seguimos para o encerramento da apresentação com um tributo ao Death sensacional: ”Morte Infernal”.

Sexta-Feira 13
Holocausto Canibal
A Vingança de Cropsy
Quadrilha de Sádicos
A Sentinela dos Malditos
Tara Diabólica
Oaxiac Odez
A Volta dos Mortos Vivos
Natal Sangrento
Morte Infernal (Tributo Death)

Com a casa já mais cheia, a entrada da banda Corpse Grinder tirou o público de sua tranquilidade mudando o cenário do evento para uma atmosfera mais jovial ainda que com o mesmo público presente, tocando músicas de seu último álbum e anunciando que já estão na produção de um novo álbum. A banda conta com Junior (guitarra/vocal), Rômulo (bateria) e Flávio (baixo), foi um show bem rápido, com mais ou menos 30 minutos, de apresentação de cada banda, valeu a pena cada minuto.

When Madness Reigns
Prepared to Autopsy
Reflections
Food For The Worms
Trilogy of the End
Necrofragments
Nightmare
The Privilege of Few

Finalmente, lá pelas 22h25 a tão esperada banda que faz jus ao nome: Monstrosity. Com a voz potente e cara de poucos amigos de Mike Hrubovcak (vocais) também com participação de Mark English (guitarra), Michael Poggione (baixo) e Lee Harrison (bateria). Além de ter gravado um ‘’Live álbum’’ no Brasil em 2003, agora retornando para comemoração de 30 anos de seu primeiro álbum: o ‘’Imperial Doom’’. Não preciso nem dizer que foi paulada atrás de paulada na orelha, animando muito o público que estava ali, tanto a ponto de alguém que deveria estar muito extasiado arremessar água ou algum líquido na banda, ficou na cara que Mike não gostou nem um pouco, mas manteve sua postura como se nada tivesse acontecido.

A partir daquele momento, o mosh começou a ficar mais intenso, chegando até a arremessarem uma moça em minha direção, mas nada ocorreu, ela estava ótima e continuou a curtir o show.

Iniciando com a intro ‘’Cosmic Pandemia’’, Kingdom fire’’ e músicas de álbuns mais antigos como ‘’Suffering to the Conquered’’, ‘’Final Cremation’’, e ‘’Abysmal Gods’’. Assim dando início as músicas do álbum de comemoração: “Definitive Inquisition’’. Apesar de ser um show de comemoração ao álbum, a banda fez uma passagem completa pela sua carreira, fazendo um belo encerramento com ”Manic”. O Show terminou em um horário considerável para o retorno para casa, que confesso não recordar muito bem, pois estava muito animada.

Uma excelente pedida para uma sexta-feira à noite, um evento para ninguém botar defeito!

Cosmic Pandemia
Kingdom Of Fire
Firestorm
Suffering To The Conquered
Final Cremation
Abysmal Gods
Ceremonial Void
Definitive Inquisition
Destroying Divinity
The Angels Venom
Remants Of Divination
Manic

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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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