Review: Machine Head: ØF KINGDØM AND CRØWN

Texto: Guilmer da Costa

Agradecimentos: Nuclear Blast & Marcos Franke

Desde de “The Blackening” um dos álbuns mais importantes da década passada, o fodão Robb Flynn não se aventurava em um álbum conceitual. O conceito do álbum é a seguinte, é uma história entrelaçada de dois homens: um assassino, e o amante de uma de suas vítimas, já da pra imaginar o conteúdo lírico que você vai encontrar por aqui.

Ao iniciar a audição do novo álbum do Machine Head que você vai para o seu 10º álbum de estúdio saindo pela gravadora Nuclear Blast, você não tem ideia do que esperar. Esse álbum passa longe do último “Catharsis” lançado em 2018, que para esse humilde ouvinte, foi um dos piores lançamentos daquele mesmo ano, e com certeza o pior da carreira da banda, eu finjo que ele foi um delírio coletivo e nunca existiu, mas vamos ao que interessa.

Tudo começa com o épico de 10 minutos “Slaughter the Martyr”. Essa faixa de imediatamente lembra a música “Clenching the Fists of Dissent” do álbum “The Blackening”, aqui é uma faixa linda e ao mesmo tempo furiosa, e isso não é uma reprise de um sucesso anterior, é algo novo e cativante.

Na faixa “ChØKe ØN The Ashes ØF YØUr Hate” a banda não pisa no freio, os fãs dos riffs furiosos e bem executados vão amar essa música, onde velocidade e ferocidade estão em sua máxima potência. Não há muita experimentação acontecendo aqui. Em vez disso, é uma música brutal que mostra que a banda é capaz de criar um soco na cara de forma thrash metal.

Sem a peteca cair, a faixa “BecØMe The FirestØRm” é na mesma pegada da anterior, sem tempo para experimentações, e aqui o guitarrista Wacław “Vogg” Kiełtyka (Decapitated) mostra para o que veio e esta somando muito não apenas nessa faixa, mas em todo o álbum.

O conceito do álbum é feito por curtos seguimentos entre algumas faixas, como ‘ØVerdØSe’, em que um dos protagonistas sofre uma overdose médica. Também sinaliza uma mudança de estilo após as duas faixas brutais, aqui em “My Hands Are Empty'” é um som muito mais melódico em um ritmo mais lento. A faixa flui para a letra das quais faz mais sentido. Começa com cantos melódicos, mas desce para um groove sério antes de retornar aos cânticos como parte do refrão. É uma canção que é infundida com trauma e buscando perdão.

Continuando com os singles conhecidos vem um favorito absoluto e uma das melhores músicas escritas da banda dos últimos tempos, “Unhalløwed”. Acho que é um dos registros recentes mais bem sucedidos do Machine Head. Tem magia, um riff perverso, melodia tocando e uma mudança para a grandeza épica construindo até um refrão após o solo que levantará todos os cabelos do seu corpo, confesso que fiquei arrepiado ouvindo ela. Este é o Machine Head moderno no seu melhor estado.

Uma história que conduz o intervalo em “Assimilate” antes de outra nova faixa, “Kill Thy Enemies'” que voa alto.

É uma faixa pesada, nada de novo tem aqui, mas o refrão simples é extremamente eficaz, a faixa tem partes melódicas que realmente eleva a faixa. Ele também tem um solo enorme, que lembra os tempos mais antigos com muitas harmonias duplas e mudanças de ritmo. É um som perverso, melhorando e crescendo à medida que continua depois de um começo bastante padrão, mas decente. O Robb cantando de forma limpa é algo que vale a pena prestar atenção.

Em “NØ GØds, NØ Masters” é uma mistura de sensações, quando você acha que eles vão para um lugar, eles vão para o outro. É uma música mais limpa com ótimos vocais, e passagens vocais de apoio. A bateria do Matt Alston (Sanctorum, Eastern Front, Guardians of Andromeda, ex-Devilment) se destaca, assim como o refrão extremamente foda.

Se prepare para “BlØØDshØT”, porque ai vem a raiva que nós tanto gostamos. Uma faixa rápida com seções de linhas de guitarra gritando e guinchando encerram um verso muito thash metal, groove cheio de riffs e bateria insana. O instrumental nessa faixa aqui é uma lembra muito antiga escola soando em seu ápice. Aqui a bateria esta linda, o batera Matt Alston mostra que ele sabe ir do thrash ao groove sem a menor dificuldade.

“RØTten” segue e é o mesmo que “BlØØDshØT” em que é uma faixa muito forte, pesada e crocante, mas é um pouco mais padrão do que o nível abaixo do que começa o álbum. Eu amo o riff simples, o som baixo do Jared MacEachern (ex-Serenity Dies, ex-Sanctity) é bem executado e pesado, e um som pesado é sempre bem-vindo. Imagino que ao vivo esse som vai se sair muito bem, espero que coloquem em novo setlist.

Então chegamos ao final desse álbum incrível, começando com “Terminus”, outro conceito de intervalo que funciona maravilhosamente levando ao álbum, o atordoamento absoluto. O encerramento com a “ArrØWs In WØRds FrØM The Sky”, que faixa espetacular meus amigos.

Ela é épica, grandiosa e emocional – uma canção que me pega o tempo todo. Desde o começo limpo e emocional até a introdução desse riff. Os vocais harmonizados são insanos, o refrão é deslumbrante e tem o melhor, ou um dos melhores se não o melhor, solos em todo o “Øf Kingdøm e Crøwn” nele. Uma faixa suprema, uma das melhores do catálogo completo de Machine Head, para encerrar um álbum impressionante.

É seguro dizer que Machine Fucking Head está de volta. De “Øf Kingdøm e Crøwn” soa como uma parte essencial de seu canhão. Machine Head não estava totalmente quebrado, mas eles foram consertados mesmo assim.

Um grande agradecimento para a gravadora Nuclear Blast pela disponibilidade antecipada do álbum.

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About Guilmer da Costa Silva

Movido pela raiva ao capital. Todo o poder ao proletariado!

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