Harakiri For The Sky na Burning House: Intensidade e entrega numa noite de sexta-feira em São Paulo 

Fotos por Daniel Agapito (@dhpito)

Na última sexta-feira (07) ,  aconteceu o show dos austríacos do Harakiri For The Sky na Burning House, em São Paulo. O show fazia parte da turnê “Heal Me – Brazil Tour 2025”, divulgando seu mais recente álbum, Scorched Earth, realizado pela Seven Crossroads Agency. São Paulo acabou sendo  segunda data da turnê brasileira, tendo o pontapé inicial em Belo Horizonte (06) e encerrando em Curitiba (08), com a banda partindo para os outros países da América Latina, com datas na Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.

O grupo ter vindo com uma turnê solo foi excelente, já que na sua última passagem pelo país foi como parte do line up do festival Setembro Negro, em 2022 – sendo aquela a primeira vez da banda no Brasil, não tendo shows à parte. A atual turnê mostrou que a banda vem conquistando mais público com o decorrer do tempo, resultado de lançamentos sólidos em sua discografia.

Banda de abertura – Halfsleeper

Por volta das 20h20, após o ajuste do som, o Halfsleeper subiu ao palco e tocou até cerca das 21h. Confesso que não conhecia a banda e, mesmo tendo visto quem faria a abertura do show principal, preferi não ouvir nada antes e deixar para conhecê-los ali no evento. Já fiquei surpreso pelo fato de não terem um baterista — no lugar, usavam sintetizadores. O som deles me pareceu influenciado por pós-punk e new wave, uma sonoridade que não é muito a minha praia. Vi que eles se descrevem como “darkwave” em seu Instagram, o que fez sentido, já que criaram um clima mais soturno e introspectivo, preparando bem o público para o que estaria por vir.

Show principal

Com o palco preparado, o Harakiri For The Sky começou o show pontualmente às 21h30. As luzes se apagaram, a casa estava cheia e o público, ansioso pela atração principal da noite. O sampler de introdução de “Heal Me”, faixa de abertura do último álbum da banda, Scorched Earth, começou a tocar, e o grupo subiu ao palco, levando o público à empolgação imediata!

Essa energia ditou o ritmo do que viria a seguir: uma performance cheia de entrega, tanto do vocalista Michael “JJ” Kogler quanto do guitarrista Matthias “MS” Sollak – a dupla responsável pela banda –, além dos músicos que os acompanham: Chris Marrok na guitarra, Radek Karpienko no baixo e Paul Färber na bateria.

E o público não ficou para trás: vibrou em cada momento, cantou junto e registrou tudo em seus celulares para não deixar escapar nenhum detalhe. Era visível o quanto banda e fãs estavam conectados naquela noite e, considerando que a maioria das músicas do Harakiri For The Sky é longa, o show foi um verdadeiro deleite para quem acompanhava.

Como fazia tempo que eu não ia a shows de gêneros mais extremos da música pesada, não tinha ideia de como seria o público da Burning House — e, para minha surpresa, era bem diverso. Até porque o som e a temática da banda fogem bastante do padrão da música pesada tradicional, não sendo exatamente um ambiente acolhedor para conservadores e gatekeepers do metal negro.

O setlist foi bem diverso, tocando músicas tanto do seu último lançamento – que teve a boa recepção por parte do público, como também revisitaram seus lançamentos anteriores, como os álbuns Mӕre e Arson, tocando as faixas “Sing for the Damage We’ve Done”, “Fire e Walk with Me”

Já no final da apresentação, por volta das 22h45, a banda deixou o palco e as luzes se apagaram, mas o público ainda estava ansioso por mais, na expectativa de um encore, puxando um coro: “Olê, olê, olê, olá, Harakiri!”. Após alguns breves minutos, o sampler da última música começou a tocar e o grupo retornou ao palco, ovacionado como no início do show — uma demonstração clara do apreço do público pela banda. Para encerrar a noite, Michael desceu do palco e terminou a apresentação do Harakiri For The Sky ali mesmo, cantando suas angústias junto do público.

O saldo da noite foi bem positivo, ao meu ver. A banda fez uma ótima apresentação — intensa e bem executada, tanto pelos membros principais, Michael e Matthias, quanto pelos músicos que os acompanharam. Houve um problema com a guitarra de Matthias durante a primeira música, mas ele foi resolvido ali mesmo, sem precisar interromper o som. Notei a guitarra de Chris Marrok um pouco mais baixa durante a apresentação, enquanto o baixo de Radek Karpienko e o bumbo de Paul Färber se sobressaíram um pouco, mas nada que tenha comprometido a performance da banda.

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About André Fagundes

Designer de formação e músico por paixão e teimosia, cresci indo na Galeria do Rock atrás de zines para ler, além de flyers de shows e namorar as guitarras das lojas da Santa Ifigênia no Centro de São Paulo.

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