A banda Rage Against The Machine voltou a usar sua voz para denunciar injustiças sociais e políticas. Em uma série de postagens publicadas em seu perfil oficial no Instagram, o grupo criticou duramente os dois principais partidos políticos dos Estados Unidos — Democrata e Republicano — pelas operações conduzidas pelas agências de imigração ICE (Imigração e Alfândega) e CBP (Proteção de Fronteiras).
Segundo a banda, ambos os partidos são responsáveis pela militarização crescente das forças de segurança que atuam na repressão a migrantes e refugiados. As críticas foram motivadas por relatos recentes de ações conduzidas por agentes armados e mascarados, que vêm abordando e detendo supostos imigrantes indocumentados em plena luz do dia, muitas vezes sem o devido processo legal.
A nota publicada pela banda destaca que, após os atentados de 11 de setembro, os orçamentos do ICE e da CBP aumentaram em quase 300%, o que teria contribuído para um cenário de “terror racista” contra comunidades vulneráveis, incluindo separações familiares, detenções arbitrárias, deportações e até o uso de tecnologias de vigilância que funcionam como “prisões digitais”.
Leia a declaração completa da banda:
“Nos EUA, os dois principais partidos são responsáveis pelas políticas de fronteira militarizadas que criminalizam migrantes e refugiados.
Ambos promovem guerras e impõem políticas econômicas destrutivas que levam pessoas a buscar segurança e asilo.
Após o 11 de setembro, o orçamento do ICE e da CBP cresceu quase 300%.
Isso intensificou o terror racista sobre comunidades já afetadas por separações familiares, detenções, deportações e o uso de ‘prisões digitais’.
Nenhum governo em terra roubada deveria ter o poder de decidir quem é ‘legal’ ou ‘ilegal’, ou quem vive e quem morre.”
A crítica atinge tanto governos republicanos quanto democratas. Embora administrações como as de George W. Bush e Donald Trump tenham sido marcadas por políticas de imigração mais rígidas, a banda também lembra que medidas como a Lei de Controle de Crimes Violentos de 1994 — sancionada por Bill Clinton — canalizaram bilhões para as forças de segurança, impulsionando sua militarização. Já durante o governo Obama, a aquisição de equipamentos militares pelas polícias locais também foi mantida.
Com esse posicionamento, o Rage Against The Machine reforça sua longa trajetória de engajamento político e sua postura crítica frente ao sistema bipartidário norte-americano, defendendo os direitos de migrantes e refugiados em meio a uma crise humanitária crescente.
