A banda do ex-tecladista do Children of Bodom, Janne Wirman, o Warmen está prestes a lançar seu novo álbum, Band of Brothers. O guitarrista e compositor Antti Wirman, irmão de Janne, nos concedeu entrevista, onde fala sobre o disco, o legado do Children of Bodom, e as comparações, mas afirma não sentir pressão por parte dos fãs da ex-banda do irmão.
Fernando Queiroz: O Band of Brothers já está pronto para ser lançado. Como foi o ciclo de composição e o processo de produção entre o último e ele?
Antti Wirman: Foi bem similar. Fomos à nossa cabana na floresta com o Janne e nosso baixista, o Jyri (Helko), e começamos a escrever riffs e músicas, e acho que tudo acabou sendo composto ali mesmo. Voltamos para casa, e começamos a fazer os arranjos, melodias e vocais. Quando ficamos com tudo pronto, fomos ao estúdio Finnvox em Helsinki, gravamos as baterias, e depois gravamos o resto nos nossos home studios. O álbum, novamente, foi mixado pelo Mikko Karmila, produtor muito famoso de metal daqui. Então foi bem parecido com o que fazíamos já
Fernando: A ideia de um cover do Stratovarius foi inusitada. Foi complicado fazer a adaptação da música para os vocais guturais?
Antti: Ah, foi um pouco (risos). A ideia veio pois estávamos pensando em qual música usaríamos para fazer um cover, e então percebemos que o Stratovarius é uma daquelas bandas que é muito importante para todos nós na banda. Aí ficamos pensando se não seria muito difícil fazer a Kiss of Judas com vocais guturais, e no fim falamos “ah, que se dane, vamos tentar”. E, não sei, acho que ficou muito bom! Se você conhece a música, vai continuar ouvindo as melodias, e tudo. Então acho que ficou legal, e ficamos felizes de ter feito ela. Vamos ver o que os caras do Stratovarius acham! (risos)
Fernando: Eles ainda não ouviram, então?
Antti: Eu creio que não! (risos)
Fernando: É o segundo álbum com essa formação fixa, então podemos dizer que agora o Warmen vai ser uma banda “full time” dos membros, expandindo as turnês e o marketing em cima dela, indo para mais lugares?
Antti: Essa é a ideia! Nós vamos agora no verão pela primeira vez à Hungria e à Suíça, e depois vários shows na Finlândia também. Mas estamos tentando expandir aos poucos isso. Vamos ver como vai ser. Definitivamente estamos tentando fazer mais e mais shows.
Fernando: Muitos fãs, claro, ainda vêem vocês do Warmen como a banda do ex-tecladista do Children of Bodom. como vocês vêm lidando com a pressão de ser um tipo de “sucessor espiritual” na visão de alguns?
Antti: Ah, não sentimos pressão nenhuma, para ser honesto. Estamos fazendo isso agora com esse novo estilo e, claro, todos pensam que tentamos copiar o Bodom, mas não é o caso. Acho que estamos fazendo música parecida, mas não temos pressão, somos outra banda.
Fernando: O Petri (Lindroos, vocalista e guitarrista) é conhecido como vocalista do Ensiferum, mas ele também foi do Norther, uma banda que tem um som mais semelhante ao Warmen. A música do Norther influenciou vocês no processo desses dois últimos álbuns?
Antti: Definitivamente, pelo menos um pouco. Conhecemos o Petri há muitos e muitos anos, e quando estávamos fazendo nosso álbum anterior, e pensamos em quem poderia ser o vocalista, pensamos “ei, vamos chamar o Petri, ele é um cara legal, vai servir perfeitamente para isso. Chamamos ele, e ele topou, disse que ia ser divertido.
Fernando: Quanto ao setlist, vocês pretendem tocar músicas da carreira toda, ou vão focar nos últimos dois álbuns?
Antti: Focaremos só nos últimos dois. Acho que o estilo antigo que tínhamos não se enquadra mais na banda para ser tocado ao vivo, então vamos tocar apenas os últimos dois e alguns covers do Children of Bodom.
Fernando: Então tem sido bem aceito esse novo estilo da banda pelos fãs, e pelo público em geral?
Antti: Na maior parte, sim! Claro, sempre tem aqueles que não gostam, que acham que mudou muito, e acham que deveríamos voltar a como era, mas estamos fazendo o que gostamos, e isso que importa. Tem dado certo!
Fernando: Não há planos para vir ao Brasil com essa turnê ainda?
Antti: Gostaríamos bastante, mas ainda não temos nada planejado. É muito caro viajar da Finlândia ao Brasil, e por enquanto não conseguimos. Vamos focar por enquanto em tocar na Europa, e então se aparecer a oportunidade de expandir para mais continentes, iremos. Mas não é algo que provavelmente será possível tão logo, infelizmente.
Fernando: Em algum momento você pretende chamar seus ex-companheiros de Children of Bodom para participar de algo com o Warmen e celebrar o legado daquela banda?
Antti: Não, isso provavelmente não vai acontecer.
Fernando: Com dois álbuns já lançados nessa nova fase da banda, vocês pretendem lançar algum material ao vivo?
Antti: Bem, na verdade nós já tentamos isso, mas houveram problemas técnicos nas gravações que nos impediram de lançar. Gravamos um show na Finlândia há algum tempo, mas tivemos que descartar. Vamos tentar de novo agora, para ver se dessa vez dá certo de lançarmos algum tipo de vídeo, ou algo assim.
Fernando: Qual a música desse álbum que você acha que é a cara desse álbum, a que você ouviu e falou “ei, é isso que eu quero mostrar para os meus amigos”?
Antti: Eu acho que é um dos nossos singles, a Nine Lives. Tem aquele feeling do Warmen, que tivemos no último álbum, mas é um passo além. É bem extremo, bem pesada, com riffs muito pesados, e coisas assim. Acho que é essa música!
Fernando: Para finalizar, vocês já pensam em começar a escrever material novo, ou o foco agora são as turnês?
Antti: Agora queremos dar prioridade aos shows de festivais que vamos fazer, e aos menores, em clubes, que vão rolar na Finlândia pelo resto desse ano. Tentaremos também fazer alguns pela Europa inteira, e depois vamos sentar e escrever mais músicas. Claro, se aparecer algo assim, do nada, enquanto você está lá sentado tocando, aí vamos ver, mas por enquanto, vamos fazer shows e promover o álbum.