DANIEL FONSECA: “Quero que minha mensagem alcance o maior número de pessoas possível.”

Fotos por Henrique Grandi

Brasileiro radicado nos Estados Unidos, o guitarrista prodígio de apenas 19 anos fala sobre seu segundo disco, e seus planos futuros na carreira, no Brasil e no exterior.

Fernando Queiroz: Como um artista solo no rock, qual tem sido sua percepção de estar nesse caminho, e a diferença que você vê disso para o formato de bandas tradicionais?

Daniel Fonseca: A maior diferença é que eu tenho controle musical total e posso continuar explorando loucamente as possibilidades estilísticas e estéticas, sem medo e sem precisar da aprovação de ninguém. Eu sempre me interessei no aspecto da produção da música, e como artista solo eu sinto que a única ferramenta que preciso para compor e produzir é o meu computador, assim, sem precisar de outros músicos, eu exploro diferentes maneiras de me destacar, tendo um som interessante não só na guitarra e vocal mas em qualquer elemento presente na minha música.

Fernando: Dada a proposta temática de Behind the Mask, qual foi a experiência que você teve que lhe deu a motivação de criar a música?

Daniel: A minha maior inspiração veio das experiências que tive com pessoas que escondem sua verdadeira face por trás de ideologias — tanto políticas quanto religiosas — para se aproveitarem de outras, muitas vezes em situações frágeis e vulneráveis. Ou até mesmo usando uma máscara para se sentirem melhor com a própria existência, escondendo-se de suas imoralidades internas. Não é necessariamente uma crítica direta à religião organizada ou à política, mas sim ao uso extremo dessas ferramentas para alcançar objetivos obscuros. 

Tenho como objetivo, nas minhas letras, questionar qualquer figura de poder, pois compartilho da ideia iluminista de buscar a verdade dentro de si. Nem sempre é necessário destruir os estabelecimentos e se desfazer de seus grupos, mas sim cultivar uma atitude aberta e livre de medo para viver em busca do conhecimento e da libertação das correntes impostas pela sociedade.

Fernando: No rock alternativo brasileiro, é relativamente incomum artistas fazerem músicas em inglês. Como e por quê você resolveu não fazer as canções em português, e apostar no inglês para seu disco?

Daniel: Não só pelo fato de eu morar nos Estados Unidos, mas também porque quero que minha mensagem alcance o maior número de pessoas possível. Além disso, cresci ouvindo bandas que cantam em inglês e sempre fui muito ligado a filmes, o que me introduziu ao idioma desde muito jovem. Outro motivo importante são meus estudos sobre assuntos esotéricos e filosofia — especialmente de pensadores como Krishnamurti — cujas obras, na maioria das vezes, estão disponíveis principalmente em inglês.

Fernando: Em geral, o que você espera do seu futuro musical no curto prazo, após o “33”? Shows e Turnês, ou vai se focar em compor e gravar mais material?

Daniel: Eu sempre tenho planos muito ambiciosos, então, na situação ideal, eu faria os dois. Como também estudo em uma faculdade, a possibilidade de fazer turnês acaba sendo menor por conta da agenda corrida. Mas, se eu tiver a oportunidade e as estrelas se alinharem para que isso seja viável, eu não pensaria duas vezes antes de embarcar nessa jornada. Dito isso, tenho certeza de que continuarei compondo, produzindo e, possivelmente, lançando mais singles, porque é o que eu mais amo fazer.

Fernando: Pode contar um pouco de como tem sido o processo de produção, gravação e mix/master do seu álbum?

Daniel: Eu diria que a produção desse álbum foi muito turbulenta e improvável, tornando essa experiência uma fase de enorme aprendizado profissional, espiritual e musical na minha vida. O álbum levou cerca de três anos para ser concluído, sendo originalmente planejado para contar com os vocais do meu último EP e com um som mais voltado ao metal tradicional. Mas, com todas as mudanças na minha vida, isso acabou tomando um rumo completamente diferente. Agora, com meus próprios vocais, um estilo mais alternativo e temas esotéricos, o processo foi se moldando ao longo do tempo até chegar a um resultado com o qual estou muito satisfeito.

Fernando: Falando um pouco sobre você como instrumentista, se tivesse que escolher uma guitarra — um modelo de guitarra — para usar para sempre, qual seria?

Daniel: Com toda certeza, a PRS Custom 24. Não só pelo apoio da PRS desde quando eu era pequeno, mas também porque criei um vínculo inquebrável com esse instrumento. Ele tem o som ideal para mim e uma tocabilidade simplesmente perfeita.

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