Comeback kid comemora 20 anos de Wake The Dead com público enérgico em São Paulo

Uma das maiores potências do Hardcore mundial traz a SP sua turnê comemorativa de “Wake The Dead”, em sua sexta passagem pelo Brasil.

Fotos por Isis Trindade e Texto pro Raíssa Corrêa

Esfriou em São Paulo, mas não para quem esteve presente no último sábado (21) no Hangar 110 — um dos principais redutos underground de SP, localizado na região central. O motivo: o retorno de uma potência do hardcore punk mundial. 

“A volta dos garotos” do Comeback Kid nem levou tanto tempo desde a última vez que desembarcaram por terras brasileiras — um ano de saudade dos fãs foi o suficiente. Dessa vez, com a turnê especial em comemoração aos 20 anos do lançamento de seu segundo álbum e o mais expressivo, Wake The Dead (2005), a banda confirmou apenas duas datas para 2025: Curitiba, na sexta-feira (20), e São Paulo, no sábado (21). O resultado? Casa lotada e  temperatura elevada desde os primeiros acordes.

Uma parceria que deu certo

Pontualmente às 17h, as portas do Hangar 110 abriram para que os primeiros fãs pudessem entrar. Mas, antes disso, a produtora Solid Music Entertainment preparou uma surpresa para os primeiros 20 felizardos da fila: quem estava por lá, ganhou uma cópia do primeiro disco dos anfitriões da noite, “Turn it around” (2002), álbum de estreia dos veteranos. Foi uma surpresa, que foi divulgada minutos antes pelos stories do Instagram da produtora. A ação, fez a alegria de quem estava à espera e deixou o clima ainda mais acalorado e receptivo.

Assim como em 2024, a banda escolhida para iniciar os trabalhos da noite foi a taguatinguense Never Look Back, que é bastante conhecida na cena hardcore por abordar problemáticas sociais com um som mais agressivo. Sem muita enrolaçõ ou discursos, às 17h45, Kenji Matsunaga (vocalista) subiu ao palco acompanhado de Marcelo Maia (bateria), Rique Martins (guitarra) e Alex Almeida (baixo), com a intenção de deixar os presentes preparados para o que estava por vir. Apesar de tímido, o público já ocupava quase todo o espaço do Hangar, e a sensação é que todos estavam poupando energia. Mesmo com a banda entregando seu máximo, o clima na pista era amistoso e tranquilo.

Com um setlist contemplando os sons mais conhecidos pelos fãs e de maior destaque nas plataformas digitais, o Never Look Back ainda apresentou sua nova música de trabalho, “Stronger”, lançada no dia 13 de junho e que ainda está sendo divulgada nas mídias da banda.

A intensa festa do Comeback

Sempre que uma banda realiza uma turnê comemorativa, os fãs ficam ainda mais saudosistas — seja por influências ou por momentos marcantes vividos no período referenciado. E com o Comeback não seria diferente. Desde que a Solid anunciou a mini turnê da banda, com apenas duas datas em 2025, os fãs se organizaram, e a ansiedade tomou conta de todos. 

Mesmo com o pouco espaço de tempo desde a última passagem da banda pelo Brasil — 5 datas em fevereiro de 2024 — ninguém se apegou a isso. Afinal, uma turnê comemorativa de um álbum tão expressivo para fãs de hardcore não acontece todo dia, muito menos todo ano. 

Fato é que a banda canadense possui uma boa base de fãs no Brasil, e não tem quem não elogie a entrega, pressão e energia que acontece nos shows da entidade Comeback Kid. Como toda boa festa, a trilha sonora é essencial — e,para iniciar esse momento, a introdução foi escolhida a dedo pela banda. A abertura com o clássico “Take on Me”, do A-ha, abriu o show sem atrasos e com um público aquecido e apertado em todos os cantos da casa.

Andrew Neufeld mal entrou no palco e já soltou um sonoro “Vamos, São Paulo”, quase como uma invocação para o caos, que foi absorvido e entendido pelos fãs sem muito esforço. O que ele queria? Entrega. O que ele ganhou? Um público insano e que se entregou ao momento sem poupar o mínimo de esforço. Se antes estavam tímidos e poupando energia, nesse momento todos estavam gastando toda a reserva em stage diving e moshs insanos no pit. 

Conforme prometido, o prato especial do dia foi o Wake The dead. E não decepcionou! Todos os singles foram apresentados perfeitamente e em grande estilo. Começaram com “False Idols Fall” e, sem tempo para respirar ou bla bla bla, emendaram uma sequência absurda de “My other side”, “The trouble l love”, “Talk is Cheap”, “Partners in crime” e toda a sequência do álbum de 2005. 

O que se observava, era um Hangar 110 quentíssimo, com fãs dando literalmente a vida e toda a energia a cada música e cada verso. O público não cantava — o que se observava eram declarações intensas de amor à banda, deixando os pulmões sem ar para segurar.

E a sequência não parava. “Losing Patience” e “Final Goodbye” —  última música do álbum — foram entoadas com força total. Quem acreditava que a banda faria um encore com um único hit que ainda faltava, o clássico que leva o nome do álbum, se enganou. 

Agradecendo os presentes e demonstrando todo o carinho pelo público brasileiro, o setlist não acabaria ali. Para completar a festa, tivemos no encore a inclusão de um hit de cada álbum da banda — os mais conhecidos pelos fãs — que elevou a apresentação a um nível 10/10. 

Rápido e preciso, como o hardcore tem que ser, “Heavy Steps” (Heavy Steps, 2022) foi a primeira escolhida, seguida por “G.M Vicent and l” (Symptoms + Cures, 2011). “All in a Year” (Turn it around, 2002) foi um dos momentos mais marcantes do show. Aproveitando para respirar e se recompor, Andrew trocou algumas palavras com a plateia — que também estava recuperando o fôlego — distribuindo mais alguns exemplares de presente do CD Turn it around. Quem estava atento na pista conseguiu seu exemplar e a felicidade era notória. 

Voltando ainda mais animado e dançante, chegou a vez de “Broadcasting” (Broadcasting, 2007). Os stage dives eram ainda mais intensos — nada segurava o público: microfone caindo, caixas de som rodando… O clima do lado de fora poderia até estar frio, mas dentro a sensação térmica era quase 50°. 

Na sequência, começou a introdução do single mais esperado da noite, “Wake The Dead” é o maior clássico do Comeback Kid. Número um em todas as plataformas digitais, originalmente foi gravada pelo primeiro vocalista da banda, Scott Wade, mas teve sua regravação com Andrew em Fevereiro de 2025, quando a banda iniciou a turnê comemorativa. Era o single que o público mais aguardava e estava ansioso para ver ao vivo. Com sua nova “roupagem”, ainda mais intensa e enérgica, não teve quem ficasse parado — e o Hangar 110 testemunhou a potência que de uma lenda do hardcore punk.

Fechando com chave de ouro a festa histórica do Comeback Kid em São Paulo, as cortinas se fecharam ao som de Escape Rupert Holmes. Os fãs, suados, cansados, sem fôlego e sem voz, já suplicavam pelo retorno da banda em 2026. Estamos prontos para esse comeback o mais breve possível! 

Setlist:

Comeback kid- Wake The Dead Anniversary Tour- Hangar 110- 21/06/2025

1. False Idols fall 

2. My other side

3. The trouble I love

4. Talk is cheap

5. Partners in crime

6. Our distance 

7. Bright lights keep

8. Shining 

9. Felling apart 

10. Losing Patience 

11. Final goodbye 

Encore:

12. Heavy Steps

13. G.M Vicent and l 

14. Absolute

15. All in a year

16. Broad casting 

17.Wake the dead

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