Texto por Guilmer Silva (@guilmer_metal) e Fotos por Victor Peixe (@victorpeixephoto)
No último sábado, a capital paulista recebeu o BRÉA EXTREME FEST, que contou com as bandas Napalm Death (UK), Dead Congregation (GRE) e as bandas brasileiras Surra, Rot, Cemitério, Fossilization, Podridão, Baixo Calão, Andralls, Subcut, Dischavizer e Trachoma.
Para deleite dos fãs de música extrema, o “mini” Obscene Extreme Festival foi realizado na casa VIP Station, localizada em Santo Amaro. Os shows foram intercalados entre o palco 1 e o palco 2, com meia hora de apresentação para cada banda.
Às 14h30, no palco 1, a insana dupla do Dischavizer, originária da zona sul de São Paulo e já velha conhecida do underground paulista, iniciou sua apresentação. Eles já tocaram juntos no Sistema Sangria, o que revela a incrível sincronia da dupla – eles se completam como yin e yang. A dupla passou por 12 músicas, entre elas as insanas “Pilha de Corpos”, “Violência”, “Insanidade” e a rápida “Pestilência”. Com a casa ainda vazia, o duo fez a alegria dos poucos presentes.
Para minha surpresa e de várias pessoas, há um outro palco no andar de baixo da VIP Station, onde os goregrinders do Trachoma iniciaram o derramamento de sangue no segundo palco. A banda paulistana surgiu em 2019, unindo as ideias de Rafaela Begore e Thales Gory, que já haviam sido parceiros de banda no Commando F.U.C.K. e em outros projetos (Festering Ulcer Wound, Acid Bacteria). A proposta da banda é tocar um goregrind cirúrgico e purulento com mesclas de d-beat e death metal, explorando temáticas sobre o universo das patologias com uma pitada de cinema trash.
Os “vômitos” musicais executados incluíram petardos como “Microstomia Treatment”, “The Body Turns from Green to Red As the Blood Decomposes” e “Deadly Obscure Disease”, presentes no último split “Born Headless”, lançado em 2023 com a banda italiana Yakisoba (goregrind), além de novos sons que serão lançados em breve, como “Brain Eating Amoeba”, “The Taste of Human Flesh” e a brutal “Medical Waste”. Foi um banho de sangue que deixou o palco 2 encharcado de vísceras e sangue.
Às 15h30, os veteranos do grind Subcut subiram ao palco para uma destruição sonora. A banda, oriunda de Presidente Prudente e ativa desde 1995, vem atormentando os ouvidos mais sensíveis. Uma das bandas mais antigas do gênero no país, eles mostram que o metal, e principalmente o grindcore, é música de protesto. Com uma bandeira do MST em cima do amplificador, a banda apresentou clássicos como “Determinando as Vontades a Inércia”, “Nenhuma Dor É Maior do Que Relembrar os Dias Felizes na Miséria” e “Antifascista”, todas do álbum “Contra Fatos Não Há Argumentos” (2008), considerado pelos fãs um dos melhores lançamentos do metal extremo nacional. Eles também tocaram músicas mais recentes, como “Glorificação aos Porcos”, “A Inquisição. O Perjúrio”, “Indignação dos Justos” e “A Peste Negra”, do EP “Deus?? Pátria?? Família??” lançado em maio deste ano.
No palco 2, o som não parou. Dessa vez, foi a hora dos thrashers do Andralls. A banda paulista, formada em 1998, tem como intenção resgatar o mais puro thrash metal dos anos 80 com uma sonoridade atual, rápida e direta. A formação atual inclui Alex Coelho (vocal e guitarra), Alexandre Brito (bateria), Renato Carvalho (baixo) e Guilherme Goto (guitarra). O show começou com as rápidas “Cross of Shame” e “How Many Lives I Need to Die” do álbum “Universal Collapse”, lançado em maio deste ano. A banda tocou faixas pesadas como “Rotten Money” e “We Are the Only Ones” do álbum “Bleeding for Thrash” e “Unexpected / Fear Is My Ally”. A parte final do show foi arrasadora, com as faixas “Universal Collapse”, “Enemy Within” e minha favorita, “Andralls On Fire”, do primeiro álbum da banda, o pesado “Massacre, Corruption, Destruction…“. Foi um show arrebatador; Andralls é uma instituição do thrash metal brasileiro que merece todo nosso reconhecimento e respeito – thrash or die!
No palco acima, estava tudo pronto para a devastação sonora dos paraenses do Baixo Calão. Fundada em 1996, o Baixo Calão é considerada a primeira banda de grindcore do Pará e uma das precursoras do estilo no Norte do Brasil. Com 27 anos de carreira, a banda já tocou em oito países europeus, incluindo o tradicional Obscene Extreme Festival. Ao longo da carreira, lançou três álbuns, dois EPs e cinco splits com bandas estrangeiras.
A formação atual conta com Danilo Leitão (guitarra), Mácio Oldman (baixo e backing vocal), Willian Gomes (bateria), Jardel Crudon (vocal) e Leandro Porko (vocal). Com o som mais alto do dia até o momento, o arregaço começou com as arrasadoras “Aglomerados” e “Nem Resetando”. Com a casa já cheia e várias rodas de mosh se formando, o caos sonoro tomou conta do palco da VIP. O vocalista Leandro Porko não tolera racistas, fascistas e homofóbicos no mesmo ambiente e, com isso, anunciou as pesadas “Famigerado”, “Necrológio” e “Esboroável”, sendo as duas últimas do álbum “Necrológio” (2020). A banda ainda tocou músicas não indicadas para ouvidos sensíveis, como “Das Vísceras”, “Coprofagia” e “Honra ao Mérito” do clássico “Tu Crías” (2008). Foi um show devastador; saí com os ouvidos pegando fogo. A banda mostrou a força do grindcore brasileiro – stay grind!
Às 17:00, o Podridão, da cidade de Itaquaquecetuba, ficou responsável pelo caos sonoro do palco 2. A banda, formada pelo batalhador Ivi Kardec, que aqui usa a alcunha de “Rotten Flesh”, conta com o baterista “Repugnant Fat”. Em 2017, o Podridão lançou seu primeiro álbum completo, autointitulado, e no ano pandêmico o segundo trabalho, “Revering the Unearthed Corpse”, ambos bem recebidos pelos mortos-vivos, amantes do metal da morte. Em 2023, lançaram o terceiro álbum, que certamente estará na minha lista de melhores lançamentos do ano e na lista de tantos outros admiradores do velho Death Metal, sem frescura ou modernismo – apenas Death Metal!
Foram 9 hinos da morte tocados na noite de sábado, entre eles “Urban Cannibalism”, “Blind Torture Kill”, “Black Funeral for a Bestial Soul” e “Regurgitate Hellish Maggots”. As faixas, recheadas de sangue e cadáveres, fazem parte dos principais álbuns da banda, como “Revering the Unearthed Corpse” (2020) e “Cadaveric Impregnation” (2023), sendo este último bastante elogiado pela crítica e pelo público.
Os fãs de metal da morte abriram rodas, fizeram crowdsurf, e tudo isso em um espaço minúsculo. É incrível como o fã de metal é feliz com pouco.
No palco de cima, a coisa ia ficar séria: a banda da vez era Fossilization, os monstros do death/doom, considerada a nova força do metal brasileiro. Fossilization é uma banda de death/doom metal formada em 2020, na cidade de São Paulo. Em 2021, através dos selos Everlasting Spew Records e Transylvanian Records, o grupo lançou seu primeiro trabalho de estúdio, o EP intitulado “He Whose Name Was Long Forgotten “. A banda é formada por dois membros do grupo de doom metal Jupiterian: V (guitarra, baixo, vocal) e P (bateria), que juntos formam o duo. São duas bandas distintas, mas que compartilham uma atmosfera sombria, embora ainda bem diferentes entre si.
A banda vem fazendo bastante barulho na Europa, mas finalmente tivemos o privilégio de vê-los ao vivo. O set foi composto basicamente por músicas do primeiro álbum completo da banda, “Leprous Daylight”, de 2023, com exceção da última faixa, “Blight Cathedral”, que faz parte do EP “He Whose Name Was Long Forgotten”, de 2021.
Foi um show lindo, tanto tecnicamente quanto esteticamente, com todos os integrantes da banda com os rostos pintados de preto, focando apenas na arte, que, no final, é o que realmente importa.
Após um show brutal, no palco 2 já estava tudo pronto para o Cemitério, banda liderada por Hugo Golon (Blasthrash, Comando Nuclear, Infected, Side Effectz, ex-Em Ruínas) no vocal e baixo. Ao lado dele, temos Douglas Gatuso no comando das guitarras e Guilherme Fructuoso na bateria. Com faixas totalmente em português e temas inspirados em filmes de terror, a banda é um prato cheio para os amantes de metal e de cinema de terror.
A banda, com apenas um play lançado em 2014 e um novo sendo gravado, animou os fãs presentes. Destacam-se as faixas “A Volta dos Mortos Vivos,” “Holocausto Canibal” e “Sexta-Feira 13.” A faixa mais recente lançada, “Massacre no Texas,” também foi executada, fazendo todos cantarem o refrão a plenos pulmões. O que mais me impressionou foi como Hugo consegue cantar rápido, tornando as letras quase ininteligíveis em certos momentos, e mesmo assim todos entendem 100% o que está sendo cantado. Ainda tocaram as faixas “Oãxiac Odèz” e “Tara Diabólica,” do EP Oãxiac Odèz, lançado em 2016. Para encerrar o culto ao metal da morte, a cover “Morte Infernal” da banda Death fechou uma apresentação devastadora.
A próxima banda era os santistas do Surra, com a turnê do mais recente do álbum lançado “Falha Crítica”, sucessor de “Ninho de Rato” e “Tamo Muito na Merda”, ambos de 2021, o show foi um verdadeiro rolo compressor sonoro. O set passou por toda a carreira da banda, dando foco no seu mais recente play, foram executadas faixas como “Escorrendo pelo ralo”, “Do lacre ao lucro”, “Caso isolado”, a pedrada “Arquitetos da desgraça”, “Brasileiro, Otário e Triste” , a clássica “Parabéns aos envolvidos”, com isso, inúmeras rodas de mosh se formando. Fala do Surra é chover no molhado, o show deles é sempre um prazer de se ver, é impossível ficar parado.
Após esse tsunami sonoro, no palco 2 já estava tudo pronto para o segundo show mais aguardado: os veteranos do ROT. Atualmente, a banda é formada por Henrick Magalhães (vocais), Borella (vocais), Diego (baixo), Clodoaldo “Mendigo” Gradice (guitarra) e Emiliano Borges (bateria). Fundada em 1990 na cidade de Osasco/SP, a banda é uma das pioneiras no cenário brasileiro e um dos nomes mais importantes no gênero musical grindcore mundialmente, estilo influenciado pelo hardcore/punk, metal extremo e música industrial.
Como as músicas são curtas, foram tocadas 24 faixas que percorreram a extensa carreira da banda. Clássicos como “Downtrodden” e “Learn Some Respect”, do álbum “Sociopathic Behaviour” (1998) — considerado um marco do gênero —, foram executados, além de faixas como “Decreased Possibilities” e “Strange Feelings”, da compilação Old Dirty Grindcore (2002). A banda também trouxe músicas de seu álbum mais recente, Organic, com pedradas como “Hawkish”, “The State of the Denial of Humanity” e a brutal “Until It’s Worthless”. Alguns sons em português não ficaram de fora: “As Hostes do Ódio”, “Plural” e “Passado Presente Sem Futuro” fizeram a VIP Station vir abaixo.
O show foi marcado pela bandeira da Palestina no palco, demonstrando a posição política dos integrantes. Fico feliz em estar do lado certo da história. O caos era tão grande que pessoas eram empurradas contra o palco, stage dives eram frequentes, e alguns chegaram a derrubar os amplificadores; a produção teve dificuldade em conter os mais empolgados. Mas quem os culpa? É impossível não querer pular e gritar como um alucinado no show da entidade ROT. Se eu pudesse definir uma trilha sonora para o fim do mundo, seria o som do ROT.
Às 19:50, era a vez dos gregos comandarem o palco principal da VIP. O Dead Congregation foi formado em 2004, em Atenas, Grécia. Eles são conhecidos por seu Death Metal altamente técnico e por letras que falam sobre escuridão, morte, satanismo e destruição. A discografia da banda inclui os seguintes trabalhos: “Purifying Consecrated Ground” (EP, 2005), “Graves of the Archangels” (2008), “Promulgation of the Fall” (2014) e “Sombre Doom” (EP, 2016). A formação atual é composta por A.V. (vocais e guitarra), T.K. (guitarra), G.S. (baixo) e V.V. (bateria).
O show foi bastante técnico, mas em certos momentos um pouco repetitivo. Essa impressão talvez tenha surgido porque foi um dia com vários shows divertidos e variados, o que fez com que a pegada do Dead Congregation parecesse um pouco monótona em comparação, embora longe de ser ruim. No dia seguinte, a banda tocaria novamente em São Paulo, no La Iglesia, ao lado dos grinders do Baixo Calão.
O setlist focou principalmente em dois álbuns dos gregos, “Graves of the Archangels” (2008) e “Promulgation of the Fall” (2014). As faixas técnicas “Martyrdoom” e “Morbid Paroxysm”, junto com as pesadas “Promulgation of the Fall” e “Quintessence Maligned”, fizeram com que algumas rodas de mosh surgissem durante o show.
Após cerca de 20 minutos, os mestres do Napalm Death subiram ao palco. Atualmente, a banda é formada por Mark “Barney” Greenway (vocal), Shane Embury (baixo), John Cook (guitarra/vocal) e Danny Herrera (bateria). O Napalm Death foi fundado em Birmingham, Inglaterra, em 1981, e fazia um som até então ‘indefinido’, com uma pegada meio Hardcore Punk e suja. Com o tempo, eles moldaram sua música no que ficou conhecido como Grindcore, incorporando elementos de Death Metal. Suas letras sempre abordaram temas de protesto, visões políticas, ódio, antifascismo e questões sociais.
A extensa discografia da banda conta com 17 álbuns de estúdio, 13 EPs, 3 álbuns ao vivo e inúmeros splits e compilações. Os lançamentos mais recentes são *Throes of Joy in the Jaws of Defeatism* (álbum completo de 2020) – lançado no Brasil pela Xaninho/Rock Brigade/Voice Music – e ” Resentment Is Always Seismic – A Final Throw of Throes” (EP, 2022). Na discografia da banda estão diversos clássicos, como “Scum” (1987), ” From Enslavement to Obliteration” (1988), ” Harmony Corruption” (1990), ” Utopia Banished” (1992), ” Fear, Emptiness, Despair” (1994) e ” Enemy of the Music Business” (2000), só para citar alguns.

A banda é conhecida por não repetir setlists em seus shows, e aqui não foi diferente. Passaram por toda a sua discografia, e um fato interessante foi Barney comentar sobre quando algumas músicas foram lançadas.
A noite começou com um clássico, a faixa “From Enslavement to Obliteration”, que deu início a uma grande roda no meio da área VIP. Sem pausa, emendaram com as faixas “Taste the Poison” e “Next on the List”, ambas do álbum *Enemy of the Music Business*, de 2000, executadas com toda intensidade.

“Next on the List” e “Continuing War on Stupidity” foram as próximas músicas, com uma pausa entre elas. Barney, bastante falador nessa noite, reforçou que a banda é antifascista, antirracista, anti-homofóbica e anti-transfóbica, e que todos os seres humanos, sem exceções, são iguais. Ele pediu desculpas por não falar português e avisou que falaria em espanhol ao longo da noite, dando seu recado aos reaças presentes (por incrível que pareça, há muita gente assim no meio do metal). Em seguida, anunciou a pesada “Contagion”, que fez abrir uma enorme roda, uma visão impressionante do camarote.
O álbum mais recente da banda, “Throes of Joy in the Jaws of Defeatism”, lançado em 2020, também marcou presença. Petardos como “Amoral”, “Backlash Just Because”, “Contagion”, “Fuck the Factoid” (minha favorita do disco) e “That Curse of Being in Thrall” mostraram que as músicas mais recentes também agradam os fãs mais trues.
Barney pediu por um show sem violência, pois era nítido que as rodas estavam intensas, e era preciso acalmar os mais exaltados. Após o recado, anunciou a clássica “Suffer the Children”, do álbum “Harmony Corruption”, de 1990.
Para minha alegria, uma das minhas faixas favoritas da banda, “When All Is Said and Done”, foi tocada. A música está presente no excelente “Smear Campaign” de 2009, um álbum pouco valorizado, mas, para mim, é um dos melhores, senão o meu favorito.

Para a alegria dos fãs mais antigos, “Scum”, faixa-título de um álbum único na história da música, foi executada. Este álbum foi gravado por uma formação que não contava com nenhum dos integrantes atuais, e essa faixa literalmente fez a casa vir abaixo como um rolo compressor. “M.A.D.” e “You Suffer” emocionaram a galera, com a segunda sendo tocada duas vezes, arrancando risos e aplausos do público.
De quebra, ainda resgataram a música “Metaphorically Screw You”, do poderoso álbum “Apex Predator – Easy Meat”.

Caminhando para o final do show, Barney anunciou que a próxima música era antifascista e mandou um “Bolsonaro vai se foder”, enquanto os primeiros acordes da clássica “Nazi Punks Fuck Off” (cover de Dead Kennedys) começavam. “Instinct of Survival” e a inédita na turnê sul-americana “Siege of Power” encerraram o massacre sonoro que ficará na memória por muito, muito tempo. Foi uma apresentação violenta, agressiva e memorável. Obrigado por tudo, Napalm Death!

Agradecimentos especiais a Xaninho Discos e Caveira Velha Produções pelo credenciamento.
Setlist Dischavizer
- O Golpe
- Excluídos
- Pilha de Corpos
- Olhos
- Violência
- Potrésto
- Somos Irmãos
- Insanidade
- Animal
- Pestilencia
- Eles
- Pensar
Setlist Trachoma:
- We Came From The Filth
- Microstomia Treatment
- Adipocere Corpse Wax
- Supplies For Your Own Ostomy Bag
- The Body Turns From Green To Red As The Blood Decomposes
- Brain Eating Amoeba
- T.D.I – Dissociative Identity Disorder
- The Taste Of Human Flesh
- Hospital Purge
- Deadly Obscure Disease
- Medical Waste (Nova)
- Cystic Fibrosis
- Idiopathic Osteonecrosis
- Liquefactive Necrosis t
- Gangrene)
- MDK/DFC
Setlist Subcut:
- Indignação dos Justos
- Lobo em Pele de Cordeiro
- União. Respeito. Humildade. É Papo de Cristão
- Misantropo
- Trinchando Nossas Valas
- Determinando As Vontades A Inércia
- Minha Vida Refletida no Espelho
- Coroa de Espinhos
- Homosapiens
- Glorificação Aos Porcos
- A Inquisição, O Perjurio e a Peste Negra
- Últimos Minutos De Consciência
- Sonhos dos Afogados
- Mediocridade
- Nenhuma Dor é Maior Do Que Relembrar Os Dias Felizes Na Miséria
- Antifacista
- Denuncie / Institucionalizado
Setlist Andralls:
- Cross of Shame
- How Many Lives I Need to Die
- Rotten Money
- We Are the Only Ones
- Unexpected / Fear Is My Ally
- Universal Collapse
- Enemy Within
- Andralls On Fire
Setlist Baixo Calão:
- Aglomerados
- Nem Resetando
- Famigerado
- Necrológio
- Esboroável
- Ama Sul Generis
- Agitações No Sistema Límbico
- Das Vísceras
- Coprofagia
- Honra ao Mérito
- Antecipação
- Consumismo
- Paz Armada
Setlist Podridão:
- The Darkness Swallows the Light
- Drowned Numbs
- Urban Cannibalism
- Chronic Gonorrhea
- Blind Torture Kill
- Black Funeral for a Bestial Soul
- Regurgitate Hellish Maggots
- Verminoses Faecalis
- Cadaveric Impregnation
Setlist Fossilization:
- Archæan Gateway
- Once Was God
- Oracle of Reversion
- Leprous Daylight
- At the Heart of the Nest
- Eon
- Blight Cathedral
Setlist Cemitério:
- A Volta dos Mortos Vivos
- A Vingança de Cropsy
- Quadrilha de Sádicos
- Massacre no Texas
- Sexta – Feira 13
- Holocausto Canibal
- O Dia de Satã
- A Sentinela dos Malditos
- Tara Diabólica
- Oãxiac Odèz
- Natal Sangrento
- Morte Infernal (Death cover)
Setlist Surra:
- Ninho de rato
- Ultraviolência
- Operação Morre E Cala A Boca
- Escorrendo pelo ralo
- O mal que habita a terra
- Do lacre ao lucro
- Viral
- Murro Em Ponta De Faca
- Caso isolado
- Arquitetos da desgraça
- Guerra Suja, Bolso Cheio
- Brasileiro, Otário e Triste
- Ódio
- Liberdade Eliminando O Mundo
- Amanhã Eu Faço
- Nunca Foi Tão Justo
- Plano Infalível
- É Proibido Ser Pobre
- Parabéns aos envolvidos
Setlist ROT:
- Pathetic White Man
- Torpor
- Another Kind of Prison
- Life Isn’t So Kind
- This Silent World
- Until It’s Worthless
- The State of the Denial of Humanity
- Beyond the Evidence
- Hawkish
- Bastard Politicians
- Pull the Trigger
- Slowly is Coming
- Espólios de Revolução
- A Part of Me
- Dethroned Certainty
- Decreased Possibilities
- War Business
- As Hostes do Ódio
- Plural
- Passado Presente Sem Futuro
- Strange Feelings
- Learn Some Respect
- Next Grind Bullshit
- Downtrodden
Setlist Dead Congregation:
- Martyrdoom
- Morbid Paroxysm
- Quintessence Maligned
- Wind’s Bane
- Vanishing Faith
- Dismal Realms
- Auguring an Eternal War
- Only Ashes Remain
- Promulgation of the Fall
- Serpentskin
- Teeth Into Red
Setlist Napalm Death:
- From Enslavement to Obliteration
- Taste the Poison
- Next on the List
- Continuing War on Stupidity
- Contagion
- The Wolf I Feed
- Resentment Always Simmers
- That Curse of Being in Thrall
- Amoral
- It’s a M.A.N.S. World!
- Backlash Just Because
- Fuck the Factoid
- Suffer the Children
- When All Is Said and Done
- Scum
- M.A.D.
- You Suffer
- Metaphorically Screw You
- Dead
- Nazi Punks Fuck Off
- (Dead Kennedys cover)
- Instinct of Survival
- Siege of Power