Fotos: Isis Trindade (@isistrindadephotos)
Neste último domingo 14/05 o Fabrique Club mais uma vez, foi o palco para celebração de grandes nomes da música extrema mundial. O frio trazido pelo outono nos últimos dias, deu a sua trégua, e em uma temperatura amena, os headbangers e ambulantes, já tomavam as calçadas aos arredores das casas, se dividindo em rodas de conversa, bares lotados, as famigeradas camisas pretas penduradas em varais á venda, e algumas atenções no telão do bar, para o clássico (porém morno) Corinthians x São Paulo, por mais uma rodada do campeonato brasileiro. Alguns aguardaram o empate em 1 x 1 terminar, para se deslocar ao interior da casa.
Um fato ocorrido, é que durante o tempo que aguardávamos na fila, algumas vans chegavam, e geram esperança de que poderiam ser membros das bandas, porém, desde a primeira, se tratavam apenas de equipe técnica e alguns equipamentos, não possibilitando alguma tietagem dos presentes.
Sempre muito pontuais, o Fabrique libera as portas às 17:30. No intervalo de tempo entra abertura dos portões, e primeira banda, prevista para às 18:30, a discotecagem se baseou primordialmente em executar clássicos de Cannibal Corpse e Napalm Death, que embora sejam tão essenciais, sabemos que há uma vasta gama de bandas do gênero que agradaria ao público (apenas uma crítica construtiva, para que variem mais na próxima).
Pontualmente, às 18:30 o quarteto Vulture, formado em 1995 na cidade de Itapetininga em São Paulo, abre os trabalhos. Trazendo um death metal calcado na escola Scott Burns (conceituado produtor, responsável por grandes trabalhos do death metal americano da Flórida nos anos 90), porém com passagens mais harmônicas e melódicas, mas ainda dentro do aceitável aos mais radicais (algo como o Heartwork do Carcass), fez um show potente, e muito bem recepcionado. Sabemos que, o show de abertura de bandas clássicas, é uma ótima oportunidade às bandas nacionais apresentarem o seu trabalho para um público que ainda não os conhecem, porém sabemos também que a recepção do público, nem sempre é a das mais calorosas, algo que não aconteceu neste caso, e foi uma agradável surpresa, mostrando que todos ficaram aquecidos para o que viria. E a satisfação, pelo privilégio de estar ali, ficou visível nos integrantes da banda, onde por mais que o metal extremo traga uma postura mais fechada, houve a oportunidade de se afeiçoar pela banda pelo carisma apresentado, através da gratidão de estarem ali. Executando um trabalho de qualidade, e sendo reconhecidos por isso.
Em mais um intervalo, regado a Cannibal e Napalm rs, técnicos preparam o palco para o Kataklysm.
Havendo a possibilidade de um possível atraso no show, e a ansiedade expressa a quem aguardava o show, o técnico utiliza do microfone para interação com o público, e o típico humor americano, rs
Atraso não se estendeu, e por cerca de 19:40 a banda já se posicionou no palco, abrindo com ‘’Push the Venom’’, e horns up (sinal com as mãos, símbolo do heavy metal, tido como chifres por alguns, rs), sinal esse que Maurizio (vocal) cita como ‘’de liberdade’’. Mesclando o death visceral com levadas cadenciadas e harmoniosas, o show conta com sons oldschool como ‘’Manipulator of souls’’, onde o refrão de todas foram cantados em coro pela plateia.
Recepção essa, que foi reconhecida pelo vocalista, se mostrando extremamente grato, e feliz em voltar a SP, após 6 anos de sua última passagem por aqui. Agradecimentos estes que se estenderam a Alex e Max do Krisiun, que estavam presentes no público. Show extremamente enérgico, contando com bangueadas sincronizadas (dos membros e público). O Kataklysm trouxe a sonoridade que traz a personalidade característica da banda com groove (adjetivo odiado pelos mais tradicionais) e o death metal com vocal brutal e blastbeats.
Sem mais delongas, e contando com os próprios integrantes da banda, Deicide se posiciona no palco. Característicos pelas apresentações diretas e brutais (de pouca interação), executaram o clássico álbum Legion, na íntegra, em comemoração aos 30 anos de seu lançamento. Os circle pits se fizeram presentes, em toda a apresentação do setlist visceral do clássico álbum, por ora mais amenos, outrora destruidores e ‘’respingando’’ em quem estivesse aos arredores. Apesar de uma apresentação mais ‘’sisuda’’, os guitarristas Kevin e Taylor interagiram com fãs mais próximos ao palco, e fizeram alguns ‘’aviõezinhos’’ com palhetas. Dado o fato de que se trata de um álbum de poucas faixas (9), Deicide completa o set executando sons que passaram por toda a sua carreira (ou ao menos os álbuns mais conceituados e executados) .
´´Sacrifice Suicide’’, ‘’Once Upon a Cross’’, ‘’Scars of the Crucifix’’ e encerrando com ‘’Dead by Dawn’’, arrancaram as útimas gotas de suor e fôlego do público, e uma das apresentações mais arrebatadoras que já vi dos mesmos (meu terceiro show deles)
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‘’Thank You, Good Night, Motherfuckers’’ para não dizer que não há interação, estas foram as palavras de Glen Benton, após o fim da apresentação (risos)
(Brincadeiras á parte, tenho acompanhado em redes sociais, amigos e conhecidos que conseguiram algumas fotos com o famigerado vocalista, que possui a escarificação da cruz invertida na testa, e que ainda está vivo após sua promessa de suicídio aos 33 anos, rs)