ELAS EM CENA: Evento promovido pela 3 Green Hearts, trás mulheres na linha de frente, como representantes da música pesada

No último sábado 25, a Fábrica de Cultura do Jardim São Luís, foi o palco para o evento que contou com importantes nomes da música pesada underground, sendo todas as bandas lideradas por frontwomans.


Inraza, Cras, Manger Cadavre? e Hatefullmurder formaram o lineup do Elas em Cena, evento
promovido pela 3 Green Hearts.
Por volta das 16 hrs, o público já ia chegando no local do evento, um tanto diferente dos que
estamos acostumados, para shows de bandas underground. Por se tratar de uma Fábrica de
Cultura, havia toda uma estrutura de palco e cadeiras, literalmente um teatro. Além de toda
uma parte de iluminação, e a possibilidade de projeções ao fundo do palco, o que traria um Q
a mais as apresentações.


A abertura ficou por conta do InRaza e já havia um publico considerável para acompanhar a
enérgica apresentação, o quarteto faz um som de peso, com muito groove e influencias de
death metal, com destaque para os vocais viscerais e a performance da vocalista Fernanda
Souza. Além da apresentação de um som novo, que estará no próximo trabalho da banda,
show ainda contou com o primeiro dos feats que permeariam a noite, Mari do Cras sobe ao
palco para a execução da faixa Ruined Before Creation. Inraza foi além do que seria um
aquecimento para os demais shows do fest, e entregou carisma e qualidade musical ao evento.
Um breve intervalo para um pulo na adega (risos), pois por se tratar de um teatro, o local não
conta com bar/lanchonete, e o consumo internamente de coisas trazidas de fora é proibido. O
que acho compreensível, para que se mantenha a agradabilidade e estrutura do local.


Seguimos com Cras, que recentemente lançou o seu full ep em todas as plataformas ,
Desperato. A pegada arrastada do sludge, a combinação dos vocais cavernosos da Mari e do
Lucas, além das passagens mais rápidas, fazem do Cras musicalmente uma das bandas mais
coesas e que apresentam maturidade logo em seu trabalho de estréia. O que se reflete aos
shows, e a banda tem sido requisitada e marcando presença em diversos fests da cena. Essa
apresentação contou com um espetáculo a parte, da projeção de imagens ao fundo, e a forte
execução da faixa Beta, que fala sobre todos os abusos e violência sofridos pela mulher, que se
inicia com um discurso que sempre me toca, da vocalista Mari. O som conta com a
participação de Mayara Puertas (Torture Squad) que estava presente e subiu ao palco. Além
dela, a banda fez questão de chamar todas as mulheres que estavam presentes ao palco, o que
trouxe toda a simbologia necessária, a mensagem passada em tal letra. Mais uma
apresentação incrível do Cras, que trás além de qualidade musical, conscientização sobre
temas cada vez mais necessários serem trazidos em tempos atuais.

A essa altura, creio que já estava presente todo o público que acompanharia o evento até o
final, para receber o Manger Cadavre?. Hardcore Crust de SJC, com excelência na execução ao
vivo. A entrada do guitarrista Paulinho, desde o lançamento do álbum Decomposição, trouxe
um tempero a mais a banda desde então, bem como eu percebo os vocais da Nata cada vez
mais viscerais nas apresentações ao vivo. No show em si, a banda passou por sons de toda sua
carreira, e contou com o feat da Fernanda (Inraza) para a música Demônios do Terceiro
Mundo, ambos os vocais casaram muito bem. Em determinado momento, Nata discursou

sobre a necessidade de atenção aos posicionamentos, que pessoas do nosso campo tem
trazido, ao não filtrar as informações e notícias que recebemos, para que não se caia em Fake
News (peguei o recado, rs). O próximo álbum, Imperialismo, está com data para lançamento
em abril, e também teve duas de suas músicas apresentadas nesta noite. Nesta destaco maior
ênfase na bateria, e pedais duplos do Marcelo. O show teve o primeiro mosh da noite,
adaptado para a beirada do palco, rs. E aí, teríamos ainda energia para o próximo? (eu velho,
fiquei cansado)


O fechamento da noite, ficou por conta do Hatefulmurder, desembarcando por aqui
diretamente do Rio de Janeiro, trouxeram o seu death metal técnico com passagens melódicas
(odeio o termo death metal melódico, então prefiro esta definição, rs), e os guturais de
Angélica Burns. Não só a banda, mas algumas pessoas haviam se deslocado também para SP,
para acompanhar a apresentação, inclusive com bandeira de fã clube. Seguindo com os feats
da noite, Mayara Puertas sobe ao palco para execução da faixa Red Eyes. Embora não seja uma
linha de som a qual eu acompanhe, eu já havia conhecido o trabalho de estúdio da banda, e a
apresentação ao vivo me surpreendeu, tanto na precisão da bateria, execução dos solos ao
vivo, e principalmente os vocais da Angélica de excelente qualidade ao vivo. Envolveram a
todos os presentes, em uma enérgica apresentação.


Fest de qualidade, tanto bandas quanto organização, e muita representatividade.

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About Andrei Ramirez

34, pai, bussiness man, vocalista. Cria do new metal, forjado no metal extremo e amante da gotiqueira (darkwave ). Resenhas de shows, álbuns e entrevistas.

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