Em plena terça feira Mötley Crüe e Def Leppard colocam o Allianz Parque para cima iniciando a semana com muito hard rock 

Texto: Gabriel Gonçalves

Que ambas as bandas sabem como manter o público animado e como dar um verdadeiro show nós já estamos careca de saber, agora me acompanhe que vou te contar passo a passo, detalhe a detalhe o porquê dessas bandas serem tão grandes assim e porque você jamais deve perder um show deles de novo.

Sabemos que no Brasil a popularidade do Mötley Crüe e Def Leppard é algo questionável, o que na minha opinião não deveria ser pois essas bandas tem uma qualidade tanto em estúdio quanto ao vivo de verdadeiras lendas.
A “DefCrüe”, nome também levado em batismo de seu luxuoso avião de turnê, vem fazendo shows por todo o mundo com uma estrutura gigantesca e de ótima qualidade, lotando estádios ao redor do mundo onde o mar de pessoas chega a sumir do alcance da visão, porém no Brasil tivemos uma situação diferente, onde inicialmente as bandas teriam marcado três shows em solo brasileiro e posteriormente dois sendo cancelados restando apenas a apresentação em São Paulo no estádio do Allianz parque, o palco foi montado muito mais próximo ao público do que normalmente seria, muito provavelmente por conta da baixa quantidade de ingressos vendidos, isso ocasionou duas perspectivas diferentes, sendo elas:

Ruim para as bandas, pois provavelmente a venda de ingressos não foi suficiente para cobrir todos os gastos e ainda lucrarem;

Boa para o público que estava presente pois o palco chegava muito perto de todos os assentos e locais vendidos.
Mas antes de entrarmos em detalhes da vista dentro do Allianz vale a pena saber que a linhagem Hard Rock ainda atinge uma população mais jovem no Brasil, no caminho para o local eu vi diversos fãs com camisetas, bandanas, maquiagens da banda, e até mesmo cosplay do famoso baixista Nikki Sixx, era nítida a animação de quem havia comprado o ingresso em ver o espetáculo que traz de volta um pouco dos anos 80.
Ao chegar na porta do evento dei uma leve caminhada pelas adjacências do estádio e o movimento de pessoas não era dos maiores, o que futuramente no começo do show dos Headliners mudou completamente, conversei com algumas pessoas e vi alguns que deveriam estar nos shows de Curitiba e Porto Alegre que fizeram a troca de seus ingressos para poderem ver a “DefCrüe” ao vivo em qualquer circunstância, ouvi de algumas pessoas que o show deveria ser em local com menor capacidade, o que em minha opinião não poderia acontecer, não só pela enorme estrutura mas também pela complexidade e grande performance montada especificamente para estádio, logo o show não seria o mesmo se não fosse em estádio.

Enquanto estávamos na fila aguardando fora nos informado que os portões abririam um pouco mais cedo, especificamente às 15:30 porém não ocorreu e na verdade tivemos um atraso de 12 minutos antes de finalmente abrirem as portas, com entrada controlada pela polícia militar a revista foi de certa maneira caótica pois a aflição do público em conseguir a tão sonhada “Grade” era alta.

Ao entramos no estádio tivemos que percorrer um caminho bem grande até chegarmos finalmente à primeira vista do palco, com mais ou menos uns 20 metros de altura contando comuna passarela que chegava bem próxima ao setor da pista comum, passamos pelo merchandising das bandas onde tínhamos peças a serem vendidas a partir dos R$100 até Moletons por R$300, valores iguais para as mesmas bandas, as estampas das camisas iam desde logos das bandas separadas com datas da turnê mundial a até mesmo conjuntas.
Copos da turnê também eram comercializados a R$25 a unidade e com certeza foi o item mais consumido pelo público como lembrança do evento.
Preços bem altos porém dentro do padrão de show de estádio.

Me posicionei a direita do palco com uma visão de certa forma agradável para quente estava na pista premium, meu maior medo naquele momento era o som, a experiência de estar próximo do seu ídolo às vezes pode ser ruim para a questão da sonoridade, de longe o melhor lugar para um bom som é perto da house mix e o melhor lugar para interagir é na grade.

EDU FALASCHI

Edu Falaschi sobe ao palco acompanhado de sua banda formada por Raphael Dafras (baixo), Roberto Barros e Diogo Mafra (guitarras), Jean Gardinalli (bateria), Raissa Ramos e Fábio Caldeira (backing vocals) e Fábio Laguna (teclados) trazendo alguns de seus sucessos em época Angra como: “acid rain”; “heroes of sand”, “bleeding heart” e “nova era”, também em carreira solo como “Fire with fire”, apesar do mesmo ser um grande nome os estilos musicais dele e os donos da noite são diferentes o que em momento algum fora algum problema pois musicalmente se conectaram e trouxeram ao show uma vibe conjunta, o conceituado vocalista ainda se pronunciou aos fãs dizendo:

“meu coração é hard rock puro”
Sua apresentação foi concisa e direta, trazendo um set reduzido mas com bastante interação do público.

Na parte técnica os músicos nunca deixam a desejar, pois são extremamente bem qualificados, porém para quem estava na grade o som dos subs e P.A’s acabou ficando embolado e com algumas discrepâncias sonoras onde faltava guitarra e sobrava baixo, o que provavelmente para quem estava mais longe não percebia, algo que nos próximos shows não ocorreu.

  1. Acid Rain (Angra)
  2. Fire with Fire
  3. Heroes of Sand (Angra)
  4. Bleeding Heart (Angra)
  5. Nova Era (Angra)

MÖTLEY CRÜE e John 5

É importante dizer antes de começar a falar sobre o show do Mötley Crüe que os músicos tem um grande reconhecimento mundo afora, alguns minutos antes da entrada deles nos telões era divulgado o filme “retaliators” onde a soundtrack era composta por diversos nomes do cena do hard rock e heavy metal incluindo o baterista Tommy Lee .

As estruturas do palco contavam com um estilo steanpunk com detalhes metálicos lembrando até um pouco o estilo de palco do rammstein mas claro muito mais hard rock, tenho a leve impressão de que a ideia do estilo do palco tem fortes influências de Tommy Lee, mas isso é apenas especulação minha.

A entrada da banda é marcada por “Wild Side” música do álbum “Girls Girls Girls” lançado em 1987 já entra como uma porrada no peito, trazendo a marca do conjunto e os fãs em êxtase por estarem ali presentes, com sua formação quase que original em cima do palco marcada pela bateria de Tommy Lee, baixo de Nikki Sixx; voz de Vince Neil e com sua recente alteração nas guitarras John 5 (guitarrista do Rob Zombie e carreira solo).
Era nítido o nervosismo e apreensão de John 5 ao subir ao palco com seus novos companheiros de banda e ao passar das músicas via-se ele se soltando cada vez mais, não se engane o guitarrista extremamente habilidoso parece ser da banda a muito tempo a sincronia com os outros integrantes é clara e percebe-se que mesmo com o nervosismo ele se sente confortável ao lado dos amigos.

Foto: Gabriel Gonçalves (celular)

Clássicos da carreira do quarteto como “Should at the devil”; “Live Wire”; “Looks that kill”; “Home Sweet Home”; “Dr. Feelgood”; “Girls Girls Girls”; “(S.O.S)”; “kickstart my heart”; “Too fast for love”; “don’t go away mad (just go away)”; “saints of Los Angeles”; “The dirt” (com vince falando sobre o filme que leva o mesmo nome); “same ol’ situation”; “primal screams” e um medley que contou com músicas como:

“Rock and Roll Pt. 2” (Gary Glitter), “Smokin’ in the Boys Room” (Brownsville Station), “Helter Skelter” (Beatles), “Anarchy in the U.K.” (Sex Pistols) e “Blitzkrieg Bop” (Ramones).

Apesar de claros problemas com fôlego, Vince Neil se fez bem presente no palco interagindo sempre com os fãs e sempre tentando “maestrar” o público, Vince entregou um show excelente e com certeza ganhou novos fãs naquela noite e pelo mundo.

Em um momento muito especial para nós que estávamos presentes lá, Nikki Sixx vem pelo corredor central carregando consigo a bandeira do Brasil, se ajoelha ao chão e faz-se como estivesse chorando, elogia o público brasileiro dizendo: “vocês são os melhores” compara o restante do público sul e centro americano em uma brincadeira perguntando quem era melhor:
“México ou Brasil ?”; “Colômbia ou Brasil?”; “Chile ou Brasil ?”
Além disso chama uma fã para subir ao palco e agradece mais uma vez aí público, dizendo que o Mötley Crüe só é o que é graças a nós: “Graças a pessoas como você, pessoas lindas como você que o Mötley Crüe continua vivo por 42 anos”
Após seu discurso apaixonado com a sua fã ao lado, ele pede para ela tirar uma selfie com ele e em seguida apresenta John 5 para um solo de guitarra.

John 5 mostra claramente suas influências neste solo, tocando “Eruption” do Van Halen e “Jordan” do Buckethead demonstra sua afinidade para qual com o instrumento e trafega por técnicas que são reconhecidas no mundo “guitarristico” como as mais difíceis, após seu solo dá início ao Medley (citado acima).

Foto: Gabriel Gonçalves (celular)

Após a apresentação do medley as luzes se apagam e vemos o piano de Tommy Lee indo ao centro da passarela assim como o baterista que se pronuncia dizendo que quer vir morar no Brasil: “olha que lugar lindo, vocês são demais, eu poderia me mudar pra cá! Posso me mudar pra cá? Cara eu odeio a América, prefiro mil vezes o Brasil” disse ele ao público.

Após isso ele se senta ao piano e faz um pequeno “solo” dando a introdução de “Home Sweet Home” que relembra momentos difíceis que a banda já passou e que com certeza pega o público, não é à toa que é a balada mais conhecida da banda.

A troca de roupa tanto das backing vocals, duo formado por Bailey Swift e Hannah Sutton, quanto dos integrantes Nikki sixx e John 5, o que mais chama atenção da boa escolha da banda ao por John no lugar de Mick Mars (que se afastou por motivos de saúde) é que o guitarrista tem a vibe 80’s tanto em atitude como vestimenta, o que trás no show uma volta no tempo momentânea, o músico usou camisa do Mötley Crüe com ele já na foto, e um boné escrito: “eu urino nas piscinas” , além de chapéu e um casaco estilizado com a marca de John 5

Após a canção “kickstart my heart” Mötley Crüe faz sua despedida anunciando que a banda voltará ao Brasil mais vezes, o que nós esperamos que seja verdade!

Muitas pessoas se questionam o porquê do Mötley Crüe não ter fechado a noite, e a resposta veio pela própria banda antes mesmo dos shows em suas redes sociais onde a escolha de quem fecha a noite vem de uma moeda de prata que eles criaram com as duas possíveis ordens de line up, uma forma divertida que traz uma certa diferença para cada show feito.

  1. Wild Side
  2. Shout at the Devil
  3. Too Fast for Love
  4. Don’t Go Away Mad (Just Go Away)
  5. Saints of Los Angeles
  6. Live Wire
  7. Looks That Kill
  8. The Dirt (Est. 1981) Solo de guitarra de John 5
  9. Medley
  10. Home Sweet Home
  11. Dr. Feelgood
  12. Same Ol’ Situation (S.O.S.)
  13. Girls, Girls, Girls
  14. Primal Scream
  15. Kickstart My Heart

DEF LEPPARD

Após a rápida desmontagem do palco anterior nos telões havia sido colocado uma contagem regressiva, deixando o público que já havia passado por um verdadeiro espetáculo, ávido pela entrada do segundo headliner.
Uma coisa inegável é que em boas produções o controle das luzes são sempre muito bem cronometrados, e não foi diferente na entrada e ao decorrer do show dos músicos.

Formado por Joe Elliott (voz), Phil Collen e Vivian Campbell (guitarras), Rick Savage (baixo) e Rick Allen (bateria), o Def Leppard tem algumas inegáveis afirmações, em minha opinião, tais como seus timbres poderosos e com ótimas definições, Vivian Campbell quase sempre acompanho de sua les Paul equipadas com P90’s trazendo aquele sonoridade old school que marcou tantos álbuns, como o “Hysteria” por exemplo.
Já Phil Collen um verdadeiro ‘experimentalista’ em quesito musical trouxe algumas de suas maiores “armas”, suas Jackson’s sempre customizadas com alguma coisa nem que seja um pequeno detalhe que faz aquela guitarra ser única, sua verdadeira marca d’água são as bandanas penduradas no strap lock da guitarra .

A música escolhida por eles para abrirem o show foi “Take what you want” que impactou os fãs ali presentes, acompanhados também de seus verdadeiros clássicos como:

“Animal”; “Armageddon it”; “Love Bites”; “This Guitar”; “Pour some sugar on me”; “Photograph”
Os músicos ingleses não decepcionaram em nada, muito bem ensaiados e presentes em palco era nítido que saberiam dizer cada passo que deram em cima daquele palco.

Joe Elliott usou e abusou de toda extensão do palco para poder se comunicar com o público, porém de longe passou a maior parte do tempo na passarela principal ficando bem próximo ao público.

Def Leppard manteve sua fama nesta noite pois entregou um verdadeiro espetáculo para seus fãs, nos quais presenciei até alguns chorando

  1. Take What You Want
  2. Let’s Get Rocked
  3. Animal
  4. Foolin’
  5. Armageddon It
  6. Kick
  7. Love Bites
  8. Promises
  9. This Guitar
  10. When Love and Hate Collide
  11. Rocket
  12. Bringin’ On the Heartbreak
  13. Switch 625 (solos de guitarra e bateria)
  14. Hysteria
  15. Pour Some Sugar on Me
  16. Rock of Ages
  17. Photograph
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About Gustavo Diakov

Idealizador disso aqui, Fotógrafo, Ex estudante de Economia, fã de música, principalmente Doom/Gothic/Symphonic/Black metal, mas as vezes escuto John Coltrane e Sampa Crew.

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